Mostra na Estação Pinacoteca reúne importantes trabalhos do Modernismo
Quinta-feira, 01 de Junho de 2006 as 13:08
As obras dos chamados “mestres do Modernismo” do acervo da Fundação José e
Paulina Nemirovsky estão na Estação Pinacoteca novamente. Nesta segunda
exposição, há maior número de obras e as instalações ocupam quase 700 metros
quadrados. As 121 peças (esculturas, pinturas e trabalhos sobre papel)
representam seleção de obras consagradas do Modernismo brasileiro e desenhos e
gravuras de mestres europeus, como Picasso, Chagall e Léger. Intitulada Acervo
da Fundação Nemirovsky: O Olhar do Colecionador, em cartaz até 2008, chama a
atenção pela enorme diversidade artística. Com curadoria de Maria Alice Milliet,
diretora-técnica da fundação, a idéia é criar múltiplas leituras, com didatismo,
mas sem subordinação cronológica. “A mostra dá uma visão da história da arte
brasileira do século 20. No acervo não há nada que não valha a pena ser visto”,
afirma a curadora.
Várias épocas
Ao percorrer a mostra, o visitante terá contato com obras de importantes
artistas, da arte colonial até os anos 80. Não por acaso, a peça que abre a
exposição é o grande busto de um profeta, esculpido em madeira. Foi a primeira
obra adquirida pelo médico e artista José Nemirovsky, em 1958. Ele pensava ser
de Aleijadinho, mestre do barroco mineiro. Após análise da obra, descobriu-se
que a madeira provinha da região da Bavária, na Alemanha, e dificilmente poderia
ser de autoria do brasileiro. Isso não o desanimou e continuou a colecionar. A
maior parte dos trabalhos foi adquirida nas décadas de 60 e 70. Na seqüência,
vem o panorama da produção dos modernistas brasileiros. Destacam-se obras de
Emiliano Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Tarsila do Amaral, Ismael Nery,
Vicente do Rego Monteiro, Alberto da Veiga Guignard, Lasar Segall e Oswaldo
Goeldi. Todos pioneiros dos anos 20 e 30, a chamada primeira fase do Modernismo
brasileiro. De Tarsila, há o óleo sobre tela Distância, e de Nery, Figuras em
Azul. Representando o Modernismo maduro, Cândido Portinari, José Pancetti,
AlfredoVolpi, Aldo Bonadei, Milton Dacosta e outros que atuaram nos anos 30 e
40. São de Volpi o maior número de obras: sete. Em seguida, as peças de José
Antônio da Silva, da chamada arte popular. Dessa fase, Maria Alice destaca o
quadro Família, de Portinari.
Nacional e estrangeiro
Da segunda metade do século 20 provêm exemplares das produções de Lygia Clark,
Mira Schendel, Manabu Mabe, Tomie Ohtake, Artur Luiz Piza, Krajcberg, Rubens
Gerchmann e Wesley Duke Lee. De Lygia, há uma de suas esculturas da série Os
Bichos, intitulada Relógio de Sol. De Mabe, Tela Abstrata. O quadro mais recente
da coleção é de Ana Horta (1983). No centro da exposição há um núcleo dedicado
ao período colonial, com exemplares da arte religiosa brasileira e
latino-americana dos séculos 17 e 18. Tem, ainda, um conjunto de figuras
artesanais de barro e pintores como Silva e Djanira. Há uma cabeça de
santo-de-roca, de Goiás, e um retábulo (peça de altar) do Equador. A antológica
e eclética seleção de obras abre espaço também aos mestres europeus que
revolucionaram a arte ocidental nas primeiras décadas do século 20. Entre eles,
alguns desenhos e gravuras de Marc Chagall, Pablo Picasso, Georges Braque,
Fernand Léger e Jacques Lipchitz. De Chagall, são quatro peças sobre Prometeu, e
de Picasso, duas gravuras: O Pintor em seu Ateliê e Minotauro, Bebedor e
Mulheres.
Serviço
Acervo da Fundação Nemirovsky: O Olhar do Colecionador
Aberta de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas
Entrada: R$ 4 e 2 (meia). Grátis aos sábados
Estação Pinacoteca: Largo General Osório, 66
Próximo ao Metrô Luz – Tel. (11) 3337-3768
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Fonte: Agência Imprensa Oficial
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