Com Alaíde Costa, Eliana Pittman e Graça Braga, show gratuito Pérolas Negras será apresentado na Biblioteca Mário de Andrade

Outubro 14, 2025

Dedicado à reflexão sobre a participação e contribuição de compositoras e compositores negros na música brasileira, o show Pérolas Negras reúne 3 mulheres negras importantíssimas da nossa cultura musical de todos os tempos. À frente de um repertório que abrange gêneros e estilos diversos, Alaíde Costa, Eliana Pittman e Graça Braga apresentam canções de compositores como Cartola, Salgadinho, passando por Milton Nascimento, Candeia, Jorge Ben, Jhonny Alf, Martinho da Vila, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Djavan, Leci Brandão, Paulinho da Viola, Ataulfo Alves, entre outros. Será uma apresentação única no dia 24 de outubro, às 19h, na Biblioteca Mário de Andrade. A entrada é gratuita.


Crédito: Samuca Kim

Alaíde Costa
Era início da década de 1950 em Água Santa, bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, quando uma adolescente colava os ouvidos no aparelho de rádio, atenta, esperando a voz de Silvio Caldas entoar "Noturno em Tempo de Samba". Ao ouvir os primeiros versos, parava para anotar a letra e memorizar a melodia. Quando aprendeu a canção, decidiu: iria ao programa de calouros de Ary Barroso, na Rádio Tupi, para apresentá-la.

Não era a primeira vez de Alaíde Costa em um palco. Aos 11, seu irmão mais velho (Adilson, que se tornou jogador de futebol) a havia convencido a se apresentar em uma sessão para cantores amadores no circo montado no bairro, dizendo à garota tímida que, caso não fosse, a polícia iria buscá-la.

Dali em diante, a menina que gostava de cantarolar — mas achava que seria professora — passou a ser inscrita pelos vizinhos em toda oportunidade que aparecia, já que ganhava os prêmios. Aos 16, apaixonada pela canção cheia de climas interpretada por Caldas, resolveu ir se apresentar por conta própria. A escolha da música, a audição cuidadosa em casa e a interpretação lhe renderam nota máxima. "Aí tomei gostinho", conta.

Aos 89 anos, uma das maiores vozes da música brasileira é também uma artista que sempre se guiou pelo que quis fazer e pelo que acreditava fazer melhor, o que não foi fácil. "Ah, mas você é negra, tem que cantar uma coisa mais animadinha, sabe? Um sambinha", ouvia. "Me recusei a entrar nessa porque não daria certo", afirma, categórica. Seu primeiro álbum foi lançado dois anos antes de "Chega de Saudade" (1958), música que marca o início da bossa nova, mas só recentemente ela passou a ser reconhecida entre os grandes nomes do gênero — assim como Johnny Alf, precursor do estilo e, não por acaso, também negro. Durante a carreira, teve grandes parceiros musicais como o próprio Johnny Alf, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, João Gilberto, Milton Nascimento, Oscar Castro Neves, entre outros.

Apesar dos infortúnios, a cantora continua ativa, defendendo a Bossa Nova, colecionando reconhecimentos e celebrando novas parcerias. Em 2020, seu talento como intérprete lhe rendeu o Troféu Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante, no Festival de Gramado. Alaíde se tornou a artista mais velha a ser laureada com o prêmio.

Em um show que homenageou João Gilberto em abril de 2023, em São Paulo, falou: "Vou fazer 88 anos, tenho 70 de carreira, e olha que loucura: as pessoas me descobriram agora!". Alaíde nunca parou de cantar, nunca ficou sem gravar (são mais de 20 discos) ou se apresentar em shows. Alaíde é uma das poucas artistas vivas que passou por todos os formatos de mídia - desde o 78RPM, LP, K7, CD e agora o streaming. Nos últimos anos, parcerias deram novo vigor a uma carreira cheia de coerência artística. Em 2022, lançou "O que meus calos dizem sobre mim", produzido por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto, álbum que terá segundo volume em 2024 — eleito o melhor lançamento fonográfico de MPB no 30º Prêmio da Música Brasileira, com a cantora aplaudida de pé por todo o Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em maio de 2023, Alaíde se apresentou em Portugal com a Orquestra de Jazz do Algarve sendo um grande sucesso de crítica e público além mar. Além disso, se apresentou no Carnegie Hall em Nova Iorque em outubro de 2023, no show The Greatest Night Bossa Nova em comemoração aos 60 anos da Bossa Nova, no qual foi aplaudida de pé por mais de cinco minutos. Em novembro de 2023 foi agraciada com o Troféu Raça Negra como melhor cantora do ano.

Em fevereiro de 2024 lançou o álbum "Pérolas Negras" ao lado das amigas Eliana Pittman e Zezé Motta no qual Alaíde transforma o sucesso de Salgadinho "Recado à minha amada" em uma bossa nova dos tempos modernos.

Alaíde Costa lançou em julho de 2024 o segundo disco da trilogia produzida por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto, intitulado "E o tempo agora quer voar". Está em turnê por todo o Brasil com quatro shows: "E o tempo agora quer voar", com o repertório do último disco, "Alaíde canta Domingo de Gal Costa e Caetano Veloso", "A Dama da Canção" e "Pérolas Negras", no qual se apresenta ao lado das amigas Eliana Pittman e Zezé Motta.

Em 2025 lançou um álbum em homenagem à intérprete Dalva de Oliveira pela gravadora Deck com produção de Thiago Marques Luiz, empresário e produtor que acompanha Alaíde desde 2004, e participações especiais de nomes como Maria Bethânia, Roberto Menescal e Edson Cordeiro.

Eliana Pittman
Eliana Pittman iniciou sua carreira em 1961, ao lado do saxofonista norte-americano Booker Pittman, seu padrasto, cantando standards do jazz e da bossa nova em boates no Rio de Janeiro. O avô de seu padrasto foi Booker T. Washington, fundador do conceituado Tuskegee Institute, a primeira universidade para negros nos Estados Unidos.

Fez shows no Brasil e no exterior (75 países) e na década de 1970 emplacou vários sucessos, como "Das Duzentas para Lá", "Abandono" (canção lançada por Eliana em 1974 e que Roberto Carlos regravou em 1979), "Vou pular neste carnaval", "Quem vai querer", "Sinhá Pureza", "Mistura de Carimbó". Pelo sucesso das últimas duas canções, recebeu o título de "Rainha do Carimbó".

No final dos anos 60, Geraldo Azevedo veio do Nordeste para o Rio a convite de Eliana para acompanhá-la no show "Positivamente Eliana", e logo se tornou um dos maiores nomes da música brasileira.

Dona de um grande ecletismo musical e um notório virtuosismo vocal, Eliana se apresentou em muitos países do mundo (França, Alemanha, Suécia, Espanha, Itália, Portugal, Venezuela, México e Estados Unidos), tendo se apresentado, por exemplo, na lendária casa de shows Olympia em Paris e no programa do comediante Jerry Lewis. Também se apresentou ao lado do lendário showman Sammy Davis Jr. Além de cantora, é professora de música em uma escola do Rio de Janeiro.

Eliana Pittman foi a única artista brasileira capa da revista Ebony (@ebonymagazine) em dezembro de 1965. A Ebony, é uma revista mensal norte-americana dedicada ao público negro e foi fundada por John Harold Johnson e publicada desde 1945. Sua fundação ao fim da II Guerra Mundial trouxe um novo status para os negros, que apesar de terem acabado de ajudar os Estados Unidos a ganhar a guerra, eram considerados como homens e mulheres invisíveis na sociedade americana, ignorados pela imprensa branca.

Em 2007, Eliana foi convidada por Charles Möeller e Claudio Botelho para atuar no musical "7", com texto de Möeller e trilha original de Botelho e Ed Motta. Ela dividia a cena com Alessandra Maestrini, Ida Gomes, Rogéria e Zezé Motta. O espetáculo estreou em 1º de setembro de 2007, no Teatro João Caetano (RJ) e foi um dos grandes vencedores do Prêmio Shell e do Prêmio APTR. O enorme sucesso da temporada fez o espetáculo reestrear em 27 setembro de 2008 no Teatro Carlos Gomes, também no Rio. Em 17 de abril de 2009, o espetáculo estreou em São Paulo, no Teatro Sérgio Cardoso, também com grande sucesso.

Após um hiato de 17 anos longe dos estúdios, foi anunciado em março 2019 que Eliana gravaria um novo disco, chamado "Hoje, Ontem e Sempre", produzido por Thiago Marques Luiz. O disco contém canções como "Preciso Me Encontrar" (Candeia), "Drão" (Gilberto Gil) e "Onde Estará o Meu Amor" (Chico César), todas inéditas na voz de Eliana.

Em 2020 foi lançado o disco "As Divas do Sambalanço" em LP e CD, dedicado exclusivamente ao gênero, em que Eliana divide as interpretações com Claudette Soares e Doris Monteiro.

No cinema Eliana fez diversas participações como nos filmes: "Der Goldene SchuB", como a cantora Singer. Em 1971, fez "The Sandpit Generals" (Capitães de Areia), como Dalvah. Em 71 ainda, fez: "Die Lester Wilson". Em 1977, estreou "La Menor" e em 1987, trabalhou em "Jubiabá". Sua estreia na TV foi em 1995, na Rede Globo com a novela-seriado "Malhação". Em 2005, na mesma emissora, fez a novela "América". Em 2010 participou de "Tempos Modernos" e em 2013, de "Sangue Bom". Na Netflix, Eliana viveu a personagem Elza Ferreira na série "Coisa mais linda" e também participou do sitcom "A sogra que te pariu" ao lado do humorista Rodrigo Sant'Anna.

Ao longo de sua carreira, gravou mais de vinte discos, muitos deles lançados em diversos países, e ganhou variados prêmios. Lançou em dezembro de 2023 pela Companhia de Discos do Brasil o CD "Canções de Elizeth", fruto de uma série de lives em homenagem aos "100 anos de Elizeth Cardoso", idealizadas por Thiago Marques Luiz e "Perolas Negras" ao lado das amigas Alaíde Costa e Zezé Motta também pela mesma gravadora em fevereiro de 2024. Atualmente está em turnê por todo o Brasil com três shows: "Eliana Pittman canta Jorge Aragão" com repertório do seu novo álbum, "Do Samba ao Carimbó", com o repertório dos seus maiores sucessos nos dois ritmos que foram gravados por ela principalmente na fase em que passou pela gravadora RCA Victor nos anos 1970 e "Pérolas Negras", no qual se apresenta ao lado das amigas Alaíde Costa e Zezé Motta cantando um repertório apenas de compositores negros passando por Milton Nascimento, Candeia, Jorge Ben, Jhonny Alf, Cartola, Martinho da Vila, Gilberto Gil, Tim Maia, Luiz Melodia, Djavan, Leci Brandão, Paulinho da Viola, Ataulfo Alves e outros.

A cantora, conhecida por sua versatilidade e trajetória internacional, está mergulhada em novos projetos, incluindo sua aguardada biografia, um documentário, um álbum de jazz e, em destaque, o trabalho inteiramente dedicado ao repertório de Jorge Aragão, mestre do samba e referência da geração Fundo de Quintal.

Graça Braga
Graça Braga nasceu em Pirajuí, interior de São Paulo, e cresceu imersa num ambiente musical pulsante. Desde a infância, ouviu a mãe tocar violão e cantar, acompanhou os tios em rodas de samba e foi inspirada pela tia Marinês, histórica porta-bandeira da escola de samba Nenê de Vila Matilde. Dessa vivência nasceu o respeito profundo pelas tradições do samba, pela cultura popular e pela força das mulheres que o sustentam — pilares que atravessam toda a sua obra e presença artística.

Instalada na capital paulista, Graça se aproximou de comunidades e coletivos que marcaram o ressurgimento do samba paulistano nas últimas décadas. Esteve presente em espaços importantes como o Samba da Vela e o Berço de Samba de São Mateus, onde apresentou composições autorais e colaborou com novos talentos do gênero. Sua atuação nesses redutos deu visibilidade a um repertório que alia lirismo, crítica social e ancestralidade, firmando-a como uma das intérpretes mais autênticas de sua geração.

Em 2009, lançou seu primeiro álbum solo, Eu Sou Brasil, com 14 faixas inéditas de compositores contemporâneos do samba e parcerias suas com Paqüera. Produzido em diálogo com o grupo Quinteto em Branco e Preto, o disco contou com a participação especial de Jair Rodrigues e revelou o vigor da nova geração do samba paulista. O álbum foi aclamado pela crítica e rendeu a Graça o Troféu Catavento, da Rádio Cultura, que elegeu "A Dona do Samba" como Melhor Samba de 2010.

Dois anos depois, Graça Braga reafirmou seu compromisso com o legado do samba ao lançar "Dia de Graça – O Samba de Candeia", um tributo ao compositor que mais influenciou sua formação. O trabalho, gravado com arranjos do Quinteto em Branco e Preto, contou com as participações de Leci Brandão e Marcos Sacramento, unindo força interpretativa e pesquisa histórica. Antes disso, Graça já havia participado de projetos coletivos como "Adoniran 100 Anos" e "Uma Flor para Nelson Cavaquinho", consolidando-se como voz de referência na releitura dos clássicos.

Em 2020, lançou o espetáculo e álbum ao vivo "O Samba de Martinho da Vila", gravado no Teatro Itália, em São Paulo. O repertório, com 17 faixas emblemáticas de Martinho, reafirma sua vocação de intérprete e pesquisadora do gênero — uma artista capaz de revisitar mestres com frescor e respeito, ampliando pontes entre gerações. O disco marcou também uma nova fase de maturidade e expansão de público, com apresentações em casas de show e festivais dedicados à música popular brasileira.

Ao longo de sua trajetória, Graça Braga dividiu o palco com nomes como Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Diogo Nogueira, Zélia Duncan, Fabiana Cozza e Monarco, levando sua voz a importantes espaços de valorização do samba no Brasil e no exterior. Seja em projetos autorais, em homenagens ou nas rodas que promoveu no bar Você Vai Se Quizer, em São Paulo, Graça segue celebrando o samba como linguagem de resistência, afeto e identidade nacional — mantendo viva a tradição que a formou e abrindo caminho para novas vozes da música brasileira.

Ficha técnica:
Vozes: Alaíde Costa, Eliana Pittman e Graça Braga
Direção artística de Thiago Marques Luiz
Guitarra, cavaquinho e direção musical: Joan Barros
Violão de 6 e 7 cordas: Gabriel Deodato
Bateria e percussão: Fábio Faustino
Contrabaixo: Emerson Marciano
Assessoria de Imprensa: Paulo Henrique de Moura
Fotos: Samuca KIm

Fonte: Paulo Henrique de Moura

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