Agosto 22, 2025
De 21 a 31 de agosto, a Cia. Paulicea ocupa o histórico Teatro de Arena Eugênio Kusnet, em São Paulo, com o espetáculo RIO JOÃO, uma celebração à vida, ao teatro e ao legado do dramaturgo, diretor, ator e poeta João das Neves (1934-2018). Com dramaturgia de Solange Dias, que dirige a obra ao lado de Alexandre Kavanji, a montagem reúne no palco André Pastore, Cássio Castelan, Denise Guilherme, Dudu Oliveira, Edi Cardoso e Érika Coracini, acompanhados pelos músicos Cleiton Pellado, João Rocha, Maurício Pazz e Léo Nascimento – também diretor musical.
A escolha do Teatro de Arena para esta temporada carrega um simbolismo especial. “O Arena é um espaço sagrado para o teatro brasileiro, palco de obras de resistência nos anos 1960 e 70. Trazer o João para este espaço, que dialoga com a trajetória dele no Grupo Opinião, é unir aquilo que celebramos no espetáculo: o teatro como resistência e como potência de transformação”, afirma a dramaturga e diretora Solange Dias.
Fruto de um processo colaborativo, RIO JOÃO integra um projeto mais amplo de pesquisa sobre a vida e a obra de João das Neves, iniciado em 2022 com o projeto Missão João das Neves – Em Busca de uma Nação Imaginada, contemplado pela 38ª Lei de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo, e ampliado em 2024 com circulação por oito cidades via ProAC. A criação partiu de fragmentos da vida e da dramaturgia de João, cruzados com as memórias e trajetórias pessoais dos intérpretes e músicos, resultando em um trabalho que transita entre teatro, música, dança e prosa.
Trajetória de João das Neves
No palco, o público encontrará um espaço de encontro, sem hierarquias, no qual relatos, canções e danças se alternam com conversas diretas com a plateia, criando um clima de celebração coletiva. O espetáculo percorre momentos marcantes da trajetória de João – do Rio de Janeiro com o Grupo Opinião, passando pelo Acre e sua relação com os povos originários, ao trabalho em Minas Gerais, onde viveu grande parte de sua vida – conectando-os a questões urgentes do Brasil de hoje, como a preservação ambiental, a luta contra as desigualdades e a valorização das culturas populares.
“A gente acredita que imaginar um Brasil que canta, dança e festeja é um ato de resistência. É uma forma de dar visibilidade às histórias e às culturas que sustentam nossa identidade, e que muitas vezes foram apagadas”, diz Solange. “O teatro, assim como o canto e a dança, é essa energia de vida que nos permite resistir, sonhar e criar um mundo mais justo”.
Com 28 anos de trajetória, a Cia. Paulicea é reconhecida pelo diálogo profundo com a cultura brasileira e latino-americana, articulando arte e reflexão política em criações que já circularam por importantes festivais nacionais e internacionais, como FIT Rio Preto, FIT Londrina, FIT Havana (Cuba) e o Circuito Sesc de Artes. As mais recentes montagens foram Relampião (2012), espetáculo de rua criado em parceria com a Cia. do Miolo e A Razão Blindada (2016), texto de Arístides Vargas com tradução de João das Neves.
Sobre João das Neves (1934-2018)
Dramaturgo, diretor, ator, iluminador e escritor que deixou profunda marca na história do teatro brasileiro. Nascido no Rio de Janeiro, teve seu primeiro contato com o palco ainda na adolescência e em 1950, formou-se ator e diretor pela Fundação Brasileira de Teatro (FBT). Nos seus primeiros passos, fundou o grupo Os Duendes e dirigiu o Teatro Arthur Azevedo, no Campo Grande. No entanto, o governo Carlos Lacerda o expulsou do espaço, acusando-o de comunismo e propaganda subversiva. Logo depois, assumiu papel ativo no Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, responsável pelo Teatro de Rua. Após o golpe de 1964, ajudou a fundar o emblemático Grupo Opinião, um dos coletivos mais engajados politicamente do país, que estreou com o histórico Show Opinião.
Como dramaturgo, destacou-se com a peça O Último Carro (1976), aclamada por sua metáfora da instabilidade brasileira e considerada inovadora por ultrapassar os limites do naturalismo. João das Neves teve trajetória longe do teatro institucional, levando sua arte a diversos contextos e temas. Trabalhou com música, dirigindo shows de nomes como Baden Powell, João do Vale, Chico Buarque, Milton Nascimento e Geraldo Vandré. Os prêmios se somaram aos mais de 60 anos de teatro, reconhecido nas homenagens do Molière, Bienal Internacional de São Paulo, APCA, Golfinho de Ouro e Quadrienal de Praga.
Serviço:
RIO JOÃO
21 a 31 de agosto, quinta-feira a sábado, 20h e domingo, 18h.
Teatro de Arena Eugênio Kusnet – Rua Dr. Teodoro Baima, 94 – Vila Buarque, São Paulo.
70 minutos | 14 anos | Ingressos gratuitos (retirada uma hora antes da sessão na bilheteria do teatro).
Ficha Técnica:
Dramaturgia – Solange Dias. Direção – Alexandre Kavanji e Solange Dias. Direção Musical – Léo Nascimento. Artistas Criadores – André Pastore, Cássio Castelan, Denise Guilherme, Dudu Oliveira, Edi Cardoso e Érika Coracini. Músicos – Cleiton Pellado, João Rocha e Maurício Pazz. Preparação Corporal e Direção de Movimento – André Pastore. Provocadores – Luis Alberto de Abreu (Dramaturgia), Titane (Voz e Canto) e Maurício Tizumba (Interpretação). Cenário e Figurinos – Guto Togniazzolo. Assistente de Figurino – Ana Griz. Iluminação e Adereços – Mauro Martorelli. Operação de Luz – Lemuris e Estrela. Assessoria de Acessibilidade – Yago Dionizio. Registro Fotográfico – Arô Ribeiro. Registro do Processo Criativo/Publicação – Natália Batista. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Designer Gráfico – Pedro Penafiel. Produção Executiva – Maju Tóffuli. Assistente de Produção – Bina Oliveira e Denise Marta.
Fonte: Assessoria de Imprensa - Nossa Senhora da Pauta
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