Brechas Urbanas – As Cidades e as Tecnologias do Futuro

Março 27, 2019

O Brechas Urbanas de Março acontece no dia 28 (quinta-feira), às 20h, no Itaú Cultural. Dessa vez, o tema da conversa aborda o impacto das novas tecnologias no espaço urbano, tendo como principal foco a construção de cidades inteligentes. Esta edição do debate mensal, promovido pelo Núcleo de Comunicação do instituto, é realizada em sinergia com a mostra Consciência Cibernética [?] Horizonte Quântico, que será aberta um dia antes, em 27 de março (quarta-feira) e é acompanhada de um seminário de dois dias.
Para essa troca de ideias a respeito das complexidades do espaço urbano, estarão ao lado da mediadora, a jornalista e consultora Monique Evelle, a designer e última diretora técnica da arte
luminosa da faixada da Fiesp, Lina Lopes, e a doutoranda pela PUC-SP, Stella Hiroki, que tem como foco de pesquisa a participação feminina para o desenvolvimento de cidades inteligentes.

O assunto desta edição gira em torno das inovações tecnológicas e como elas modificam a noção acerca das metrópoles e de seu desfrute. A este respeito, Lina lembra Godzila, icônico filme de Gareth Edwards, e questiona: “Se hipoteticamente, todas as pessoas fossem evacuadas para o litoral durante um ataque do Godzila, enquanto o monstro destrói todas as estruturas que caracterizam a cidade, após o retorno dos habitantes, este espaço ainda poderia ser chamado de cidade?”

A reflexão que ela propõe com este exemplo recai no cerne da questão. O que identifica as cidades são as estruturas ou as pessoas? Este é um ponto nevrálgico no debate, pois o conceito a partir do qual se pensa o espaço urbano é determinante para definir seus usos. Para ela, tecnologia, neste viés, deve ser utilizada para tornar as metrópoles mais humanas, pois elas são um reflexo da maneira como seus habitantes se organizam socialmente. “A tecnologia resolve questões humanas e muitas vezes a gente pensa só em termos técnicos. O que define o conceito de inteligência artificial? Por que queremos tirar a inteligência do nosso corpo para colocar fora? No fundo, só queremos criar cidades mais humanas”, finaliza ela.

A pesquisadora e palestrante Stella Hiroki, que neste mês participou do festival South by Southwest (SXSW), no Texas, conta que no evento, um dos grandes debates sobre a construção de cidades inteligentes foi a coleta de dados específicos nas redes sociais. A ideia é que as empresas de tecnologia forneçam estas informações para as prefeituras para que se possam ler e filtrar de acordo com necessidades pontuais. Um exemplo citado por ela é Huston, no Texas, que sofre com muitas enchentes. Para criar sistemas de comunicação mais eficientes entre os bairros, o poder local começou a investigar como as pessoas mandam sinais de emergência e por meio de quais plataformas, afim de entender como acontece essa comunicação e pensar em sistemas mais homogêneos, eficientes e de maior alcance.

Uma outra questão levantada pela doutoranda é a inclusão das mulheres para falar sobre projetos urbanos. Stella pontua que a maioria das pessoas atuantes nesta área são homens, brancos, de classe média e do norte global. “É preciso colocar o ponto de vista das mulheres, porque elas são as que mais se deslocam, pois cuidam da família e acumulam diversas tarefas. O espaço urbano, dessa forma, sem levar essas especificidades em conta, se torna agressivo”, esclarece.

SERVIÇO:
Brechas Urbanas – As cidades e as tecnologias do futuro

Com Lina Lopes e Stella Hiroki
Dia 28 de março, às 20h
Duração: 120 minutos

Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso
100 lugares
Entrada gratuita
Distribuição de ingressos:
Público preferencial - uma hora antes do evento, com direito a um acompanhante
Público não preferencial: uma hora antes do evento, um ingresso por pessoa
Interpretação em Libras.

Fonte: http://www.itaucultural.org.br/secoes/agenda-cultural/novas-tecnologias-postas-no-ambito-citadino-sao-discutidas-no-brechas-urbanas