Mais de cem policiais civis e militares
participam da Megaoperação na região da Nova Luz
Maio 24, 2007
Mais de cem policiais civis e militares
participam da Megaoperação na região da Nova Luz iniciada na manhã de
quarta-feira, dia 23, em parceria com a prefeitura de São Paulo. O grande
diferencial dessa ação está na participação dos agentes de assistência social e
da saúde.
Foram instaladas quatro tendas na base, montada na rua General Couto de
Magalhães. As pessoas recolhidas durante as rondas são levadas para a tenda de
triagem da Polícia Civil e em seguida encaminhadas para a tenda do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu). De lá, elas são redirecionadas para
hospitais ou para a tenda de assistência social, onde as crianças e os
adolescentes são encaminhados para Centros de Referência da Criança e do
Adolescente (CRECA) e os adultos são levados para albergues. Os casos de polícia
são encaminhados para o 3º DP (Santa Ifigênia) ou 77ºDP (Santa Cecília). Uma
quarta tenda abriga equipes da Polícia Militar.
Para o diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado),
Youssef Abou Chahin, a entrada de órgãos de trabalho social na operação é
importante, principalmente na repressão ao uso de drogas. “Se não houver
parceria com a prefeitura para fazer o encaminhamento desse pessoal para um
tratamento médico, não adianta porque o usuário não pode ser preso: a polícia
leva, solta e a pessoa volta”, ressaltou.
O coronel Brandão, da Polícia Militar, também acredita que para solucionar a
questão do uso de entorpecentes, é preciso mais do que policiamento. “É um
problema de saúde pública. Às vezes, o policial militar fica frustrado porque
quer resolver o problema, mas não consegue por causa da questão social”, disse
Brandão.
De fato, todos os adolescentes que passaram pela tenda da Samu apresentavam
sintomas de uso de drogas. Dois deles, um adolescente com sintomas de infecção e
uma garota de 14 anos com uma doença venérea em estágio avançado, ambos usuários
de entorpecentes, precisaram de tratamento médico emergencial.
Para ajudar no resgate desses adolescentes, a tenda de assistência social conta
com equipes da ONG Santa Lúcia. Segundo o supervisor da organização, Claudinei
José, boa parte desses jovens vêm de outras regiões da cidade e logo se juntam
em grupos, pedindo dinheiro ou promovendo pequenos furtos.
Essa é a décima ação desde o início do projeto de recuperação da região da Nova
Luz, em 2005, e conta com equipes da sub-prefeitura da Sé, das secretarias
municipais de Assistência Social e da Saúde, além de efetivos da Guarda Civil
Metropolitana e da Polícia Civil e Militar. A CET, a Sabesp, a Eletropaulo, a
Ilume e a Limpurb também apóiam a operação.
A megaoperação deve prosseguir por tempo indeterminado. Fazem parte do efetivo
da polícia 65 agentes da PM, com onze viaturas da Força Tática; onze motos, uma
base móvel e dois trailers; e 50 agentes da Polícia Civil, com nove viaturas e
oito motos do GARRA – Grupo de Repressão a Roubos e Assaltos.
Projeto Nova Luz
O projeto da Nova Luz, antiga Cracolândia, foi iniciado pela prefeitura em 2005
com o objetivo de recuperar a região. Entre as medidas a serem adotadas no
projeto estão incentivos fiscais para atrair empresas vinculadas à cultura, à
tecnologia da informação e à comunicação e as megaoperações que visam coibir o
tráfico e o uso de drogas, a prostituição e o furto de água e de energia
elétrica. As equipes averiguam irregularidades em bares e hotéis da região.
De acordo com a prefeitura, desde o início do projeto, 457 estabelecimentos
comerciais foram fiscalizados, 191 estabelecimentos foram fechados e 45 foram
regularizados. As Polícias Civil e Militar abordaram 3.540 pessoas e
recapturaram 129 fugitivos.
Segundo o prefeito Gilberto Kassab (DEM), o Nova Luz é um projeto piloto e,
depois de finalizado, deve ser levado para outras regiões. “Aqui na Nova Luz,
nós vamos ter o recomeço de São Paulo. Com incentivos, com planejamento urbano,
nós vamos reconstruir a cidade, preservando suas tradições, as unidades
importantes de cultura que existem aqui, que valorizam a região e que vão fazer
cada vez mais que isso seja uma referência da cidade de São Paulo, a partir de
agora”, afirmou.
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Fonte: Assessoria de Imprensa da Secretaria da Segurança Pública
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