Milton Santos
No domingo (dia 24 de junho), o Brasil acordou mais burro, mais compassivo, mais colonizado, menos revolucionário, menos romântico, menos filosófico, menos reflexivo, menos sério, menos íntegro.
Foi-se Milton Santos, o maior geógrafo do Pensamento Brasileiro de todos os tempos. Partiu num silêncio discreto, como foi toda sua vida de gênio. Eu, um atrevido que às vezes dele discordava, senti muito a sua morte. Senti como brasileiro e senti como geógrafo. Dele, fica para mim a lembrança da humildade, do sorriso franco, da gentileza com as alunas e da atenção com os alunos, dos olhinhos pequenos e apertados, com um brilho incomum de negro autodidata que venceu no mundo.
De Milton Santos, fica uma palavra que talvez reflita o que ele sempre será: Professor.