Futebol Palmeiras,
um grave caso de incompetência De trágico: Daniel,
inútil e amedrontado. Alexandre, péssimo e mascarado. Misso, nada a dizer.
Galeano, uma múmia que ficaria melhor em algum museu de horrores. Magrão, péssimo
dos péssimos. Lopes, ninguém. Fábio Júnior, zero à esquerda. Tuta, sabe-se
lá. Em colunas passadas,
fiz uma crítica à última contratação do Palmeiras, um tal de Ricardo
Boiadeiro, que chegou ao Parque Antártica com chapéu de couro e visual country.
Achei ridículo, não só pela indumentária bizarra, como pela contratação
estapafúrdia de um obscuro centroavante do Olaria. No domingo, dia 4 de
novembro, o mesmo Ricardo Boiadeiro estava no Programa Mesa Redonda, da TV
Gazeta. Bizarro por bizarro, o jogador permaneceu o tempo todo de chapéu, uma
patética mistura de Indiana Jones e Tom Mix. Como um clube como o
Palmeiras, tradicionalíssimo, campeão de quase todos os torneios que disputou,
considerado o Time do Século pela FIFA, aceita uma coisa dessas? Como permitem
que esse jogador apareça representando o clube num programa de boa audiência? Nada contra Ricardo
Boiadeiro. Ele pode ser um craque e ter vindo do Olaria não diz nada a respeito
de sua capacidade. Afinal, o Mestre Ademir da Guia veio do igualmente minúsculo
Bangu. O que não pode se admitir é que ele seja uma personagem, lembrando Zé
do Caixão, Pedro de Lara e Falcão. É o Palmeiras que ele representa, não o
Vila Xurupita! Mas a inépcia da
diretoria do Palmeiras é mais do que histórica. Senão vejamos: o time
foi campeoníssimo quando o futebol ainda era muito amador (na época que “se
amarrava cachorro com lingüiça”, seguindo a infeliz frase de Felipão) e a
paixão e a habilidade faziam ganhar jogos. Após estar por quase
16 anos na fila, o Palmeiras, com uma diretoria surpreendentemente inovadora,
fechou contrato com a Parmalat, num exemplo que até hoje provoca inveja em
todos os clubes brasileiros. A Parmalat tinha
objetivos empresariais específicos: ganhar mercado no Brasil através de uma
publicidade no maior esporte do país, o futebol. Em seus quadros, gente séria
e competente como Marcos Bagatella e acima de tudo, José Carlos Brunoro, esse
um gênio da área. Lembro que logo depois
de ter assumido o futebol do Palmeiras, a multinacional italiana anunciou intenção
de contratar Maradona, já em fim de carreira. Foi um factóide, mas veio para
gritar: nosso trabalho é sério. E foi. O Palmeiras ganhou títulos,
chegou à Libertadores e foi vice mundial, perdendo para o fraco Manchester
United. Perdendo porque Felipão deixou Evair no banco em detrimento de um
Asprilla sem ritmo tampouco emoção. Perdendo por uma falha bisonha do goleiro
Marcos. Mas o acordo com a
Parmalat acabou, pois a empresa atingiu seus objetivos profissionais (hoje,
ganha até da Nestlé) e a diretoria do Palmeiras, capitaneadas por Mustafá
Contursi, nem deu bola. Achou que tudo daria certo. Pois bem: desde que a
Parmalat definitivamente se afastou, o Palmeiras não ganhou rigorosamente mais
nada. Não digo que a Parmalat fosse a melhor coisa do mundo, mas para o
Palmeiras e sua diretoria inepta, sem dúvida era uma das melhores. Hoje, o Palmeiras faz
campanhas medianas (como fazia antes da Parmalat, na época do jejum), tem um
elenco pavoroso (somente Marcos, Arce, Pedrinho e Muñoz teriam lugar em
qualquer time do mundo), técnicos medíocres (culminando com Celso Roth,
incrivelmente péssimo) e poucos títulos. Aliás, nenhum. E por quê? Meu tio
foi diretor de futebol do Palmeiras na época da chamada “2ª
Academia” e por vezes, tempos mais tarde, me levou à Sala de Troféus do
clube. Numa dessas visitas, conheci Mustafá Contursi. Eu tinha algo em torno de
dez anos e mal me lembro do que meu tio falou à minha mãe, que me acompanhava. Mas lembro que foi
dito que Mustafá não gostava de futebol, adorava a parte social do clube e
tudo mais. A imprensa esportiva diz o mesmo. O excelente jornalista Mauro
Betting chega a afirmar que, se dependesse de Mustafá, o Palmeiras seria como o
Juventus: um grande patrimônio social e um time “para disputar”, como se
diz. O Palmeiras não é lugar disso, Mustafá. Deixe de amadorismo e lembre-se que por trás da gloriosa camisa verde-e-branca existe 5 milhões de apaixonados que não querem Taddei, Alexandre, Galeano, Titi, Magrão, Claudecir, Tuta, Lopes, Fábio Júnior, Donizete, Misso, Rovílson, Thiago Mathias, Edmílson e outras mediocridades. Infelizmente, prevejo um futuro sombrio para o Palmeiras. Fora do Brasileiro, como há muito eu previ e longe dos títulos. A Parmalat foi o Pelé do Palmeiras; ela venceu dirigentes amadores mas foi vencida por incompetentes. Pílulas de Idéias # Bolívia 3 x 1
Brasil, fora o baile. Quando criança, um resultado desses só podia ser visto
em jogo de botão. O Brasil não perdia para quase ninguém e quando perdia, era
uma ferida nacional. # Marcos (que falhou
grotescamente no 2º gol boliviano) salvou o Brasil de um vexame a
la Palmeiras contra o infantil time da Bolívia. # Que não me falem da
altitude! Time bom ganha no Maracanã, na Javari, em La Paz, em Águas de Lindóia,
no terrão da várzea... # A Seleção foi
medrosa e “feliponescamente” covarde. Há alguns jogadores no time que não
jogariam nem no catadão do bairro. Não servem para nada! # Mas tem um que é um
exemplo de medo, de falta de garra, de falta de amor ao esporte: Rivaldo. Para
quê ele está na Seleção? Por que crucificam Juan, Lúcio e Edmílson (bons
zagueiros) e poupam Rivaldo? O que ele já fez pelo Brasil? Jogar contra o Rayo
Vallecano, o Valencia e o Liverpool é fácil. Jogar pela Seleção é outra
coisa! # São Paulo e
Corinthians foi marcado por erros do árbitro Alfredo dos Santos Loebling, que não
deu um pênalti claríssimo para o Corinthians, deixou as faltas correrem soltas
e ainda se complicou no gol do São Paulo. Culpa dele? Também, mas o culpado
maior tem nome: # Armando Rosa da
Castanheira Marques, ex-árbitro de futebol e que dirige a Comissão de Árbitros
da CBF. Quando apitava, Armando Marques era polêmico na mesma medida em que
errava, ou seja, muito. Tirou títulos de Palmeiras e Santos, deu um título à
Portuguesa e perseguia Pelé, que “aparecia” mais que ele. # Que coisa, hein? # Ainda sobre
Corinthians e São Paulo. O gol de Kaká foi uma obra de arte. Maravilhoso,
milimétrico, com suavidade e elegância. Kaká é ótimo e logo estará na Seleção.
Só espero que nenhum técnico o proíba de ser criativo. # Corinthians, um dos
times mais gloriosos do país e com uma torcida apaixonada e apaixonante. São
Paulo, bicampeão mundial e uma legião de torcedores entusiasmados. Onde seria
um jogo entre eles: na cidade-sede dos times ou a 500 km de distância?? # Que responda a Rede
Globo, que monopoliza o futebol e agora quer elitizar a paixão brasileira, com
essa caríssima arapuca que é o pay per
view. # Palmeiras 2x6
Fluminense; Atlético Paranaense 6x3 Bahia; Ponte Preta 5x2 Vitória; Portuguesa
5x4 Vasco; Santos 4x2 Grêmio. Exemplos de futebol: os jogos podem não ter sido
brilhantes, mas teve gols, emoção e fez a torcida sorrir. Isso é futebol.
Avisem Felipão, Parreira... # O Flamengo está à
beira do precipício. Mas não cairá. Tenham certeza. Se cair, a mesa será
virada. Afinal, estamos no futebol brasileiro. # O que eu disse acima
tem uma carga de tristeza e melancolia muito grandes. Tenho medo que no futuro,
por causa desse tipo de sem-vergonhice, o brasileiro se afaste do futebol. # Felipão consultou
os astros para escalar a Seleção e fizeram uma marafona por causa disso. Sem dúvida,
recorrer a esse tipo de crendice para qualquer coisa é de um primitivismo
imperdoável para o técnico da Seleção. # Quando Parreira
contratou um psicólogo para fazer palestras de auto ajuda em 94, todo mundo
achou “moderno”. Não é a mesma crendice infundada de Felipão? Por que a
complacência com Parreira? # Os gaúchos que
fizeram os mapas astrais dos jogadores disseram que Eduardo Costa é a salvação.
E quem deve ser o centroavante? A Maga Patalójika? # É muito, mas muito
triste mesmo, mas concordo com Milton Neves: Ronaldinho é um ex-jogador. Que
pena, que pena. Fala, Internauta! # Fernando Pratti,
assessor de Imprensa da CBT, conta a seguinte
história sobre Oscar, em comentário à coluna passada: “Há duas
semanas, uma ex-jogadora do Rio de Janeiro, com passagens pelo Tijuca, que também
é sobrinha de um funcionário da CBT, estava em seus últimos dias de vida em
um hospital carioca. Com 21 anos, ela estava em uma cama, vítima de câncer.
Pouco tempo antes, ela havia participado de uma promoção para passar um dia
com seu ídolo. E como muitos de nós que jogamos basquete faríamos, escolheu
Oscar Schmidt. Algum tempo depois, quando soube que ela estava doente, Oscar
largou seus afazeres, que não devem ser poucos como maior estrela do basquete
nacional e titular do Flamengo. Sem a presença de imprensa, câmeras, fotógrafos,
ele chegou de surpresa e passou a tarde todo visitante a garota. Pouco depois,
ela veio a falecer.” # Fernando, sua história
mostra apenas a decência e hombridade que marcam o caráter do grande Oscar, um
dos símbolos do nosso esporte. O que eu coloquei em questão foi a validade do
seu recorde (em grande parte, calculado por estimativa) e questionei quando o
jogador se juntou a Paulo Maluf, alguém muito diferente do grande atleta que é
Oscar. # O sempre leitor
Marco Aurelio Klein comenta: “Muito legal mesmo a comparação aritmética
entre Oscar e Pelé. Pena que fora da profissão se equivoquem tanto...”. De
fato, é uma pena. Mas a história acima mostra que o erro de Oscar foi uma
escorregada grave, mas perdoável. # O mesmo Marco
Aurelio diz que sonha em ver Sir Alex
Ferguson no comando do Palmeiras. Na verdade, creio que a grande vantagem do técnico
inglês foi uma continuidade impressionante. Será que a torcida palmeirense
teria paciência para tal? # Danielle Hypólito não recebe salários do Flamengo há quatro meses, mas ainda ama seu clube de coração. Nunca a imprensa esportiva fala dela. E acaba de se tornar medalha de prata na Ginástica Olímpica no Mundial de Ghent. A pequenina Danielle é muito maior que a alma dos brasileiros monoesportistas (como eu, inclusive). Parabéns à ela. Convide um amigo para ler esta matéria
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