Oi,
gente! Tudo bem?
Quando o técnico
Marco Aurélio foi demitido do Palmeiras, alguns nomes surgiram como possíveis
candidatos ao cargo: Candinho, Celso Roth, Osvaldo de Oliveira, Carlos Alberto
Parreira, Levir Culpi...
Acabou que o cargo é
de Celso Roth. Mas, sejamos sinceros: faz alguma diferença? Não há aqui uma
crítica específica a Celso Roth, mas a todos os técnicos do futebol
brasileiro atual. Técnico não ganha jogo sozinho, mas pode pelo menos
contribuir.
Quem é o melhor técnico
do Brasil nos dias de hoje? Felipão, com seu futebol feio e vitorioso? Oswaldo
Alvarez, com seu jeito bonachão e tímido? Luxemburgo, uma incógnita pós-CPI
e pós-Olimpíadas?
O que diferencia Darío
Pereyra (hoje desempregado) de Nelsinho Baptista (na Ponte Preta)? No máximo, a
nacionalidade. E qual a diferença entre Joel Santana e Hélio dos Anjos? Mauro
Fernandes, da Matonense, veste-se como Wanderley Luxemburgo na esperança que o
marketing o faça um “supertécnico”.
Sérgio Ramírez (recém-demitido
da Inter de Limeira) usa um folclórico cone de trânsito para passar mensagens
aos seus jogadores. Cassiá (com passagens interessantes pela Portuguesa e pelo
Grêmio) grita enlouquecidamente na beira do campo, algo que mais atrapalha do
que ajuda o time em campo.
Renê Simões,
Parreira e Osvaldo de Oliveira posam de técnicos intelectuais, os chamados
“estudiosos”. Mas, se na teoria eles são bons, no campo beiram a
mediocridade. Quem se lembra da Seleção Campeã do Mundo em 94 com carinho ou
saudades?
De resto, qual a
grande contribuição de qualquer um dos técnicos na ativa no futebol de hoje?
Será que há alguma revolução tática ou técnica?
Hoje, não existem
mais campeonatos, apenas copas. Nestas competições, os times precisam ser
competitivos e vencedores. A qualidade técnica fica sempre em segundo plano.
Outro dia mesmo, o leitor Oswaldo Barbosa em enviou um email indignado, pois
ouvira Luís Felipe Scolari dizer que “... time tem que ter disposição...”,
caso contrário não ganha jogo.
E o pior é que no
Exterior a situação técnica não é melhor. Alberto Zacheronne, técnico do
Milan, deixa Leonardo no banco e joga com Gattuso, medíocre volante. Louis van
Gaal deixava Rivaldo na reserva do Barcelona por este não ser holandês como
van Gaal. Marco Tardelli, da Inter de Milão, reservou banco para Vampeta e
Seedorf.
O título dessa coluna
fala das saudades que sinto de Telê Santana. Telê, além de ser um técnico
ofensivo, que punha os melhores para jogar e gostava do futebol
independentemente de vitórias (por isso, chegou a ficar com fama de “pé-frio”),
queria o progresso do futebol brasileiro, preservar a saúde atlética dos
jogadores e brigava com muita gente para fazer valer suas opiniões (à fama de
“pé-frio”, juntou-se a fama de ranzinza).
Melhor técnico que já vi, Telê merece um lugar de grande destaque no panteão do futebol brasileiro. Mas esse lugar não seria tão destacado se a geração de técnicos não fosse tão medíocre.
O
técnico do Brasil, Émerson Leão, fez mais uma convocação. Ele chamou 22
jogadores para disputarem a partida do dia 28 de março contra o Equador, em
Quito, válida pelas Eliminatórias da Copa de 2002. Mais uma vez, ele tentou
manter a base, demonstrando uma coerência rara nos técnicos de hoje em dia.
De novidades, César
(lateral do São Caetano que há muito merecia ser chamado) e a ausência de
outrora intocáveis Cafu e Roberto Carlos. Cafu é titular absoluto e é muito
importante que se testam reservas para ele. Beletti é uma excelente opção e
se pegar ritmo, pode até tirar a vaga do titular. Já Roberto Carlos é
excepcional, mas sua empáfia incomoda o técnico da Seleção. Eu, aliás,
manteria o lateral no Real Madrid e jamais o chamaria. O próprio César,
Silvinho, Júnior, Athirson e Gustavo Nery são ótimas opções.
Gostei das convocações
de Lúcio e Robert, sem contar os “Juninhos” do Vasco, Edílson, Euller e
Romário. Rogério Ceni é fantástico, assim como Émerson e Rivaldo (que
espero que jogue pelo menos 30% do que joga no Barcelona). Também gostei da ausência
de Christian, pois acaba com a ultrapassada tática de bolas alçadas na área.
No entanto, não
entendo as convocações de Cris (zagueiro do Cruzeiro), Ricardinho (também do
Cruzeiro) e Luizão (atacante do Corinthians), assim como smpre sinto a ausência
de Ricardinho, do Corinthians, entre os convocados.
Na
coluna da semana que vem, publicaremos uma matéria especial sobre a Copa do
Brasil, o maior torneio interestadual do Brasil, que dá ao campeão a chance de
ir para a Libertadores. Ela iniciou-se nesta quarta-feira (dia 14), com vinte e
um jogos. Veja os resultados (os times com um * são os já classificados por
terem ganho, na casa do adversário, por dois gols de diferença):
Ríver (PI) 0 x 2 Flamengo (RJ)*
URT
(MG) 2 x 1 Mixto (MT)
Comercial
(MS) 2 x 0 Juventude (RS)
Desportiva Capixaba (ES) 2 x 3 Coritiba (PR)
Nacional (AM) 3 x 0 Paysandu (PA)
Americano
(RJ) 2 x 6 Goiás (GO)*
Malutrom (PR) 1 x 0
Juventude (MT)
Villa Nova (MG) 3 x 2 Grêmio (RS)
Guajará (RO) 1 x 1 Rio Branco (AC)
Ceará (CE) 3 x 1 Paraná (PR)
Goiânia
(GO) 1 x 1 América (MG)
Moto
Clube (MA) 1 x 2 Flamengo (PI)
Figueirense (SC) 2 x 3 Portuguesa (SP)
Rio Negro (RR) 1 x 2 São Raimundo (AM)
Caxias (RS) 0 x 1 Guarani (SP)
América de Natal (RN) 1 x 4 Bahia (BA)*
Anapolina (GO) 1 x 2 Santos (SP)
Sergipe (SE) 2 x 3 Botafogo (RJ)
Santos (AP) 0 x 1 Remo (PA)
Palmas (TO) 0 x 0 Gama (DF)
Castanhal (PA) 0 x 1 Ponte Preta (SP)
Pílula
de Idéias
# Mais uma virada de mesa. Em reunião nessa segunda (dia 12 de março), o Clube dos Treze definiu que 26 clubes estarão no Brasileirão 2001. Entre eles, Fluminense, Paraná, Santa Cruz e Bahia, enquanto o São Caetano está fora. Com esses dirigentes o destino do futebol do Brasil é o fundo da lata de lixo.
# Pelé, Ricardo Teixeira
(presidente da CBF), João Havelange e Carlos Melles (Ministro dos Esportes) se
reúnem e decidem reerguer o futebol brasileiro. Poderia ser uma nesga de
esperança, se a primeira resolução não fosse a candidatura do Brasil para a
Copa de 2010. Há centenas de coisas muito mais importantes para o futebol
brasileiro, que passam longe de uma organização de Copa do Mundo. É uma pena
que Pelé esteja no meio dessa história e ainda de mãos dadas com Ricardo
Teixeira, um dos maiores culpados da situação do nosso futebol.
# Na mesma reunião, lançaram
uma carta de intenções, onde falam de Campeonatos em pontos corridos, com idéias
mirabolantes, o respeito ao fim do passe (a melhor decisão de todas) e um
projeto de calendário que só daria certo se tivéssemos uns 600 dias no ano.
Mas como acreditar num grupo que só tem cartolas e as sugestões ouvidas são
de Ministros e do Clube dos Treze, desprezando-se os jogadores, a torcida e os
formadores de opinião?
# Uma das coisas que a reunião
de notáveis decidiu foi que nenhum time brasileiro pode jogar mais de duas
vezes por semana. Precisa uma reunião para decidir isso?
#
Pelas rodadas iniciais da Copa Libertadores da América (que já foi tema de
Especial nessa coluna), o Vasco venceu o América de Cáli por 3 a 0 na Colômbia.
O Cruzeiro bateu o Sporting Cristal, do Peru, por 1 a 0 e na casa do adversário.
Mesma casa, aliás, do Sport Boys, que o Palmeiras goleou por 4 a 1. Prova que
os times brasileiros são novamente favoritos ao título da Libertadores
–especialmente Vasco e Cruzeiro, nessa ordem. O único time que pode
atrapalhar a caminhada é o excelente Boca Juniors, da Argentina.
#
Será que o Corinthians está renascendo e o primeiro sinal foi a vitória sobre
a Inter de Limeira, no sábado? Tudo bem, pode-se dizer que a vitória foi
contra o vento. Mas nem Palmeiras nem São Paulo ganharam do vento que o Timão
ganhou.
#
Por falar em São Paulo e Palmeiras, no domingo foi disputado mais um
“Choque-Rei”, apelido que o romântico jornalista esportivo Thomaz Mazzoni
deu ao clássico entre os dois times. E dessa vez, o São Paulo deu de 3 a 0 no
Palmeiras, numa bela exibição de Júlio Batista, para mim, a melhor revelação
dessa nova safra que o Tricolor está lançando (junto com Cacá e Harison).
#
Ainda o clássico: o Palmeiras continua seu calvário. E agora, a culpa é de
quem? Celso
Roth? Esse time do
Palmeiras não tem raça, parece que falta sangue nas veias dos jogadores. Me
lembra o Palmeiras de 1995 (vice paulista), que contratou a esmo e foi um
fracasso na Libertadores. Quem não se lembra de Nílson, Alex Alves, Elivélton
e Lozano? Chato é saber que se o time terminar em último, uma manobra imoral
qualquer impedirá o rebaixamento.
# Ao
contrário da onda geral, acho que clássicos no Interior são um erro brutal.
É como aquele marido traído que finge que não vê a traição: a Federação
Paulista leva o jogo para o Interior par atrair público, reconhecendo sua
incapacidade de criar campeonatos interessantes tanto para o público da Capital
quanto para a torcida fora da Capital. O estádio encheu porque os rio-pretenses
há muito não viam times grandes na sua cidade, não porque o jogo era
interessante.
#
Indo para São José do Rio Preto, alguns idiotas das Torcidas Organizadas
(seria isso pleonasmo?) de Palmeiras e São Paulo se enfrentaram violentamente
na Rodovia dos Bandeirantes, causando ferimentos em muitos e susto em quem não
tinha nada a ver com a história. Mais uma prova que o fim das organizadas é
uma necessidade.
# No Campeonato Paulista,
Botafogo de Ribeirão Preto e Rio Branco de Americana estão entre os líderes.
Seria muito interessante, se essa liderança não fosse motivada por quatro vitórias
nos pênaltis. Fica a pergunta: até que ponto é merecida uma liderança fruto
de pênaltis?
# Cacá, ótima revelação
dos Backstreet Boys do Morumbi, quer que seu nome seja grafado com K. Pode ser
exagero, mas para mim, soou como um pouco de soberba por parte do rapaz. Espero
que ele não se perca, porque capacidade de joagr bola ele tem.
# No Brasil, sempre usamos a
Europa como modelo de profissionalismo e seriedade. Pois nesta semana,
presenciei dois exemplos que minam um pouco essa impressão:
1.
o holandês Dennis Bergkamp (um excelente jogador), negou-se a disputar um jogo
entre seu time, o Arsenal, da Inglaterra e o Bayern de Munique, da Alemanha,
jogo esse que seria decisivo na classificação ou não do time inglês. Até aí,
seria “somente” amador, se o motivo não fosse absolutamente fútil: medo de
avião, pois a viagem cruzaria o Canal da Mancha. Não tenho essa fobia, entendo
quem a tem, mas cadê o profissionalismo de Bergkamp, que recebe algo em torno
de 500 mil dólares por mês?
2.
no jogo entre Milan e La Coruña, o zagueiro brasileiro Roque Júnior (do
Milan), ao ver Djalminha (do La Coruña) caído no chão, aparentando contusão,
jogou a bola para a lateral, prática comum no Brasil. Durante os quinze minutos
restantes, cada vez que o zagueiro tocava na bola, a torcida o vaiava pela sua
atitude humanitária. Muito séria a torcida italiana...
Fala,
Internauta !
# O geógrafo e educador
Marcos Giusti me envia um email fazendo algumas observações. Ele se diz
impressionado com algumas entrevistas que assistiu com Sócrates (ex-jogador do
Corinthians). O ex-jogador sempre se mostra muito lúcido e inteligente.
Infelizmente, Marcos, os dirigentes do Brasil não querem a lucidez de Sócrates
e sim a truculência e inépcia típicas dos nossos cartolas.
# O mesmo Marcos Giusti
(torcedor do São Paulo), me pergunta se o Palmeiras pode melhorar até o
Mundial da Espanha (ver Especial
nessa edição). Não, Marcos, não melhorará. O Palmeiras contará com a
sorte, o fato de ser brasileiro (o que ainda causa algum respeito no exterior) e
a fraqueza de seus oponentes. Excetuando-se Boca Juniors e Real Madrid, os
outros são igualmente medíocres.
#
Agradeço às manifestações enviadas. Um abraço aos leitores Rubens Coelho, Décio
Santos, Sílvio Atanes, Émerson Carvalho, Célia de Azevedo (nascida em
Descalvado, que adorou ver sua cidade citada na coluna do dia 02 de março),
Randall Stewart, Milton Silveira, Rodrigo Tóth, Mariana Cotrim, Marcos César
Marques, Oswaldo Barbosa e Eliana Gonçalves. Assim caminharemos juntos.
#
Dia 14 de março, minha mãe completou 57 anos. Professora primária de profissão,
orgulha-se de ter alfabetizado centenas de crianças (e até alguns adultos). Não
me imagino sem ela, sem sua companhia, sua atenção, seu carinho e sua proteção.
Nunca a chamei de mãe, o que não me impede de amá-la profundamente. Feliz
Aniversário, Erna Lucia!
#
Até semana que vem. Namastê!
Qual é sua opinião
sobre este artigo? Você gostou deste artigo ?
Os dados a seguir são OPCIONAIS: Deseja enviar uma mensagem ao autor desta coluna?
|
|||||||||||||||||
Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida, armazenada em sistema de recuperação de dados ou transmitida, de nenhuma forma ou por nenhum meio eletrônico, mecânico, de fotocópia, gravação ou qualquer outro, sem a prévia autorização por escrito do autor.