Futebol
por Luiz Fernando Bindi
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Nove de Julho 

Em 1932, Getúlio Vargas (o maior ditador civil da História Brasileira) tentou dar um golpe constitucional, passando por cima de todas as regras de um país ainda incipiente. 

São Paulo (cujo ex-governador Washington Luís havia sido deposto pelo governo ditatorial do Estado Novo) revoltou-se com isso. Estudantes saíram às ruas em protesto contra a falta de democracia e em confrontos com a Polícia Federal, em 23 de maio, foram mortos quatro estudantes de Direito (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo). Os quatro foram elevados a mártires e a Revolução foi deflagrada. 

Em uma disputa na qual São Paulo recebeu o apoio apenas dos matogrossenses, as tropas federais, melhor equipadas e muito mais violentas, venceram os revoltosos paulistas. 

Mas a semente da revolta ficou no coração do paulista e o inconformismo com as injustiças contra quem produz no Brasil e as imoralidades cometidas com o trabalhador devem ser combustíveis de uma luta eterna pela igualdade. 

Em 1932, o Campeonato Paulista estava na sua 30ª edição, era disputado por doze times, em sistema de todos jogando contra todos, em ida-e-volta. O vencedor seria o time que fizesse mais pontos. Bons tempos em que os dirigentes eram honestos, os jogadores amavam seus times e o futebol era mais simples... 

Por causa da Revolução de 32, o Paulista daquele ano foi abreviado e disputado em apenas um turno. Isso certamente ajudou o Palestra Itália, que jogou onze jogos, vencendo os onze, marcando 48 gols e sofrendo apenas 8 e sendo campeão. 

Foi uma campanha perfeita, a não ser por uma suspeita de suborno no jogo Palestra Itália 3 x 0 Corinthians, quando o meia corinthiano Abbate intermediou uma tentativa de oferecer dinheiro ao companheiro de time, o zagueiro Jaú (que inclusive disputou a Copa de 34). 

Como curiosidade, vemos o jogo São Paulo da Floresta 11 x 0 Internacional, quando o São Paulo da Floresta teve 3 pênaltis perdidos e 2 gols anulados. Caso a vitória fosse por 16 gols, seria a maior goleada da história do Futebol Paulista. 

Nesse ano, surgiram três craques que marcariam o nosso esporte: Romeu Pellicciari, atacante do Palmeiras que foi artilheiro daquele campeonato com 18 gols, Araken Patuska, fabuloso atacante do São Paulo da Floresta que se firmou como artilheiro no Santos e Brandão, um dos grandes da história corinthiana (que na época, jogava pelo Juventus). 

Foram esses os participantes do Paulistão de 32, na ordem de classificação final:

Palestra Itália (atual Palmeiras) São Paulo da Floresta (extinto)
Juventus Portuguesa

Germânia (atual EC Pinheiros)

Ypiranga (atualmente amador)
Corinthians Atlético Santista (atualmente amador)
Santos Internacional (extinto)
AA São Bento (extinto) Sírio (atualmente clube social)

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Publicado no Sampa Online ( http://www.sampaonline.com.br )