Oi, gente! Tudo bem?
Neste fim-de-semana que passou teve início mais um Campeonato Paulista (confira a tabela da primeira fase). Com este, são cem anos de uma História rica e muito tradicional. Depois de um "quase" Campeonato Brasileiro recheado de bagunça e desorganização, começa a temporada 2001 do Futebol Paulista.
E como é típico do presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, o campeonato começa com muitas novidades, especialmente no que diz respeito a inovações nas quase imutáveis regras do esporte.
O primeiro jogo do Paulistão foi entre Mogi-Mirim e São Paulo, com vitória tricolor. Até aí, nada demais, se não fosse o fato de um dos árbitros do jogo ter sido uma mulher, a juíza Sílvia Regina Oliveira. É no mínimo curioso vermos uma "árbitra" (nem sei se o termo existe) apitando um jogo de futebol. Pessoalmente, sou a favor e até percebo que os jogadores evitam discussões mais ríspidas com uma mulher no apito. E que ninguém me diga: "ah, a mulher não tem pulso firme...", "os jogadores não estão preparados..." ou pior: "mulher não entende de futebol...". Puro conservadorismo. Juiz tem que ser bom. E ultimamente...
Outra novidade: dois árbitros em campo. Creio que não faça a menor diferença. Não acho que os juízes falhem por cansaço e sim por incompetência. No jogo Corinthians e Rio Branco, com dois juízes, o resultado final foi determinado por um erro de arbitragem.
Uma nova regra que considero excepcional é o uso, nas cobranças de falta, do spray branco para marcar onde a barreira deve ficar. É incrível como os jogadores não se adiantam! Parece que foi colocado um muro na frente deles. Acho a idéia sensacional (me parece que foi de um mineiro).
Mas, como todas as regras, devem ser aplicadas pelos árbitros. No jogo entre Mogi-Mirim e São Paulo, houve duas faltas com barreira em que a juíza não usou o spray e uma na qual o defensor se adiantou e não foi punido. Se a regra exige punição ao infrator, que seja cumprida. Senão, perde o sentido.
Outra novidade: não há mais empates. Quando o jogo termina empatado, há cobrança de três pênaltis para cada time. Se a partida terminou em 0 a 0, o vencedor nos pênaltis ganha um ponto e o perdedor, nada. Se o jogo acabou em empate com gols, o vencedor nos pênaltis ganha dois pontos e o perdedor, um.
Nesta rodada, Palmeiras e Corinthians foram vítimas dessa nova regra. No entanto, considero-a incorreta. O empate faz parte do futebol, houve jogos belíssimos que terminaram empatados. Concordo que seja um resultado chocho, mas o é muito mais justo que uma vitória na famosa "loteria dos pênaltis".
Por demais promissor é um sistema de disputa quase ideal. Todos os times se enfrentam, e os quatro melhores disputam semifinais e final. Perfeito seria se houvesse dois turnos de disputa, mas não é o caso.
Também gostei dos times do Interior jogarem em casa contra os grandes. Enche mais os estádios (que andam tão vazios e abandonados) e equilibra um pouco o costume de vitórias dos times da Capital.
Só gostaria de poder ver de novo um jogo entre Palmeiras e Santos onde ambos usassem seus uniformes tradicionais. É muito feio ver o Palmeiras de calção verde, o Corinthians de calção branco, o São Paulo de calção preto. É como eu digo: o futebol precisa ser profissional, mas sem esquecer da paixão que ele naturalmente desperta.
Então, começou o Campeonato Paulista 2001. Abaixo, os escudos de todos os times que participam dessa edição.
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Botafogo de Ribeirão Preto |
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Corinthians |
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Guarani |
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Inter de Limeira |
Matonense | |
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Mogi-Mirim |
Palmeiras | |
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Ponte Preta |
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Portuguesa Santista |
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Portuguesa |
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Rio Branco |
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Santos |
São Caetano | |
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São Paulo |
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União Barbarense |
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União São João |
# Será que Marco Aurélio é o técnico certo para o Palmeiras? A vexatória derrota para o Vasco na Mercosul e o time excessivamente defensivo como o que ele armou contra o Botafogo de Ribeirão Preto mostram que não. Para quê jogar feio? Viva o futebol-moleque e goleador do São Caetano!
# O Corinthians continua tropeçando. Não ganha há muito tempo. Darío Pereyra tem boa vontade e conhecimento, mas com Índio, Fábio Luciano, André Luís, Márcio Costa e Paulo Nunes, não chegará a lugar nenhum.
# O São Paulo jogou feio, mas ganhou. No entanto, não é muito mais fácil ganhar se jogar bonito. E tem mais: Harison e Renatinho (ambos dos Juniores), merecem vaga no time titular do Tricolor.
# A Portuguesa fez a festa em cima do União São João (que aliás eu havia classificado com uma das forças do Interior). Vamos ver se fará festas na hora certa.
# A Ponte Preta começou bem. Tem a mesma base da João Havelange, um excelente técnico (Nelsinho Baptista) e uma torcida fanática. Quem sabe o jejum de títulos interioranos se desfaça em 2001, com a querida Macaca?
# Há duas semanas, a Newsweek, uma das principais revistas de informação dos Estados Unidos fez uma reportagem de capa sobre a bagunça do futebol brasileiro. Na foto da referida capa, Paulo Turra (Palmeiras) e Zinho (São Caetano) disputam uma jogada. A revista os identifica como Magrão e Adhemar. O futebol do Brasil é uma bagunça? Sem dúvida. Mas acho melhor os americanos se preocuparem com outras coisas, como sistemas eleitorais eficientes, nos quais eles não passem tanta vergonha. Fala de futebol quem entende de futebol.
# Nesta quinta, dia 25, decide-se mais uma Copa São Paulo de Futebol Junior. Um campeonato inchado, com mais de setenta e dois times, que antes revelava jovens valores e que hoje, é um celeiro de empresários inescrupulosos e "gatos"( jogadores com identidade falsa). São Paulo e o surpreedente Roma de Barueri fazem a final no Pacaembu. Ligeiro favoritismo ao São Paulo, pela sua tradição e pelo bom time, onde se destacam Harison -um craque, mas um pouco senhor de si demais, Oliveira -um goleador ao estilo antigo e Renatinho -veloz e com um chute forte. O Roma, time novo e muito profissional, surge como uma grata revelação e pode assustar os meninos do Morumbi. Só espero que a Copa São Paulo volte a ter seu antigo charme.
# Desejo que a partir desses 447 anos, nossa linda cidade torne-se realmente linda, justa e honesta com seus habitantes, a quem ela tanto acolhe bem.
Fala, Internauta
# Fábio Hideo, leitor desta coluna, reclamou que classifiquei a Lusa como time pequeno. Caro Fábio: se você me passar uma lista com muitos títulos importantes conquistados pela Portuguesa, mudo de idéia.
# Viviane Mazin, moradora do Jardim Paulista, me pergunta por que acho que Marcelinho Carioca desestabiliza o Corinthians. Viviane: o Marcelinho é um conhecido desagregador de grupos e sua postura dentro de campo não condiz com o caráter que ele diz ter. Isso gera antipatias, o que pode fragilizar o grupo do Timão, ok?
# Quero agradecer a todas as manifestações de carinho recebidas. Um abraço fraterno aos leitores Cláudia Levy, Marianne Lépine, Sílvio Atanes, Ricardo Pandolfi, Mariana Cotrim, Célia Alves, Vanessa Marinelli, Eliana Gonçalves, Fernando Pratti e Edmílson Volpi. Se esqueci de alguém, humildemente peço desculpas. Como eu já disse, assim caminharemos juntos.
# Até semana que vem.
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