Afinal, a final
Oi, gente! Tudo bem?
Finalmente, acabou esse erro que foi a Copa João Havelange. Espero que tenha sido a primeira e a última. Esse campeonato, que começou com a marca da imoralidade, termina marcado pela bagunça e pela indecência que têm sido registradas no futebol brasileiro nos últimos tempos.
Após vários meses de indefinições e desorganização, foi disputada nesta quinta-feira, 18 de junho, a final deste esdrúxulo campeonato. E num jogo que perdeu muito do seu brilho, ganhou o Vasco da Gama, dando um baile, jogando como quis contra o cansado time do São Caetano. Sejamos honestos, o Vasco teve durante todo o campeonato um time melhor ajustado, com jogadores de grande categoria e capacidade técnica.
A vitória carioca mostra que, de fato, o que importa no futebol é a inteligência. O São Caetano, que nos emocionou a todos, sendo um time pequeno que jogava em cima do adversário, atuava mais com paixão e espírito de equipe do que qualquer outra coisa. Seus jogadores, onde se destacam César, Esquerdinha, Claudecir e Adhemar, sempre lutaram com muita força. Mas a interrupção forçada (provocada pelo grave incidente em São Januário -estádio do Vasco, no dia 30 de dezembro), prejudicou muito a mentalização positiva que estava levando o bravo "Azulão" às vitórias.
O time cruzmaltino tem alguns diferenciais no seu elenco: o genial Romário (um dos melhores que já vi jogar), Hélton (um goleiro muito bom, apesar de algumas falhas), Júnior Baiano (que quando não se mascara, é um craque na zaga), os Juninhos Paulista e Pernambucano (que se entenderam como se gêmeos fossem) e Euller (sempre com raça e velocidade impressionantes). No banco, a experiência de Mauro Galvão, a habilidade de Pedrinho e os gols de Viola. Quer dizer: um baita time. Também por isso foi campeão.
E tem outra: o Vasco conta entre suas importantes peças, com o dirigente Eurico Miranda. Truculento, Eurico faz e desfaz do Vasco e do futebol brasileiro. Manda na CBF, manda nos campeonatos, transforma o glorioso clube que comanda num feudo, como se fosse um ditador (quem se esquecerá dele pedindo que os feridos da quase tragédia do primeiro jogo saíssem do campo para recomeçar o jogo?). Dirigentes como Eurico Miranda precisam ser eliminados do esporte, para que o futebol dito tetra-campeão do mundo não seja ainda mais achincalhado.
Mas, como eu já disse, o Vasco é o campeão brasileiro de 2000. Se fosse pela justiça e pelo regulamento, esse título caberia ao São Caetano. Mas como no mundo do futebol dirigido por "Euricos Miranda", a lei não conta.
Pílulas de idéias
# Paulo Nunes chega ao Corinthians. Jogador fraco, Paulo Nunes tem muita garra. Como a garra é o símbolo do Corinthians, é capaz até que dê certo.
# Pelé falou que Romário é melhor que Maradona. Eu concordo. Na minha opinião, não só Romário: Zico, Platini, Neto, Mário Sérgio e Sócrates também foram melhores que o argentino.
# No sábado, dia 20, começa o Paulistão 2001. O presidente da Federação Paulista, o controverso Eduardo José Farah, faz um campeonato rentável e razoavelmente interessante. Não podemos negar, a despeito de qualquer coisa, que Farah ama o futebol. E faz o futebol quase do jeito que a gente gosta.
# Nesse Paulistão, vejo o Palmeiras como a maior força. Fez boas contratações -especialmente a volta de Alex, manteve a briosa base do ano passado. Porém a disputa da Libertadores da América (muito mais importante) pode atrapalhar.
# O Corinthians chega com Darío Pereyra e uma gana louca de se reabilitar do ridículo segundo semestre do ano passado. O time é razoável, mas a defesa é fraca e a presença de Marcelinho Carioca pode desestabilizar o grupo.
# O Santos, com 16 anos de fila, parece que vem bem arrumado pelo novo técnico Geninho. As saídas de Rincón e Edmundo certamente ajudarão, pois com altos salários e pouca produção, atrapalharam o time em 2000. Vamos ver...
# Entre os pequenos, a Portuguesa sempre surge com certa força e o técnico Renê Simões pode dar a coragem que às vezes falta à simpática Lusa.
# O São Caetano, animado pela Copa João Havelange, o Rio Branco de Americana, sempre uma força do interior, e o União São João de Araras (que se reforçou bastante), surgem como possíveis coadjuvantes.
# Nessa primeira coluna (espero que de uma série infindável e produtiva), quero agradecer ao Jorge Mármion (editor deste site) pela simpática oportunidade.
# Desejo, do fundo do meu coração, toda a sorte do mundo para o governador Mário Covas. Se, no futebol, existissem pessoas como ele, certamente seríamos mais felizes.
# Um abraço a todos e estejam à vontade para comentários e sugestões. Assim, caminhamos juntos.
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