Futebol
por Luiz Fernando Bindi
Agosto 17, 2001
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Mais respeito!

 Oi, gente, tudo bem? 

O Brasil ganhou do Paraguai. Não jogou bem, como sempre, mas ganhou, como já estávamos nos desacostumando. 

A vitória não serviu para encobrir erros: Cris é pavorosamente ruim, Roque Júnior passa por um mau momento e precisa ser preservado, Tinga e Eduardo Costa são toscos demais para jogar na Seleção e Rivaldo de fato, não tem nada em suas veias. 

Por outro lado, obtivemos algumas confirmações: Marcos é sóbrio e confiável, Belletti pode ser um grande reserva de Cafu, Juan é uma realidade na zaga, Denílson não pode ficar de fora nunca e Marcelinho Paraíba pode ser de muita utilidade. Mas precisamos de um cérebro no meio-de-campo. Vejo em Djalminha o nome ideal, já que Alex tem nas veias a mesma coisa que Rivaldo. 

Mas o que importa é que a Seleção venceu, depois de um jejum de 9 meses nas Eliminatórias. A vergonhosa Copa América de fato pouco valeu, mas as lições precisam ser assimiladas, vista a providencial derrota dos uruguaios frente a risível Venezuela (aliás, pior que Honduras). 

O brasileiro tem um amor profundo pelo  futebol. Como eu já disse em outras ocasiões, esse amor se configura em cores mais vivas nos clubes. A paixão é pelo Palmeiras, Corinthians, Vasco ou Grêmio. Torcer pelo Brasil, só em Copa do Mundo. Eliminatórias? Olimpíadas? Copa América? O que vale é a Copa. Aliás, o que é uma absoluta verdade. 

A seleção nos proporcionou vexames históricos (especialmente derrotas para Coréia, Japão, Camarões, Estados Unidos e Honduras), isso não resta dúvida. 

Mas devemos criticar o time, o técnico, os dirigentes, quem seja. Não podemos, de forma alguma, atingir a honra do Brasil como país, como povo amante do futebol, como gente que sofre e vê no futebol a única fonte de suas alegrias.

Na semana passada, Pedro Silva Nunes, presidente do Íbis (veja distintivo), clube pernambucano que se notabilizou por ser o “pior time do mundo”, convidou a Seleção Brasileira para um amistoso, garantindo inclusive que um empate não seria impensável. 

O Íbis sempre se orgulhou de perder, como se isso fosse motivo para regozijo. Sempre teve um trabalho de marketing poderoso, chegando a figurar no Guiness Book e entrevistas em programas de humor. 

Mas o que seu presidente fez foi, no mínimo, molecagem. No que ele pensa que ajuda o Brasil falando esse tipo de coisa? Fez uma propaganda mentirosa da ruindade do time -um gol por ano é impossível. Pelos meus arquivos, em 2000 o Íbis fez 54 gols pela Segunda Divisão Pernambucana, onde foi 4º colocado. 

Isso na verdade pouco importa. O que me indigna é a falta de respeito do presidente de um clube que tem tradição (Rildo e Vavá começaram no Íbis). Sem a Seleção, times de várzea como o Íbis não existiriam e o senhor Pedro Silva Nunes não teria como aparecer às custas dos outros na imprensa, que aliás, deu lamentável ibope a essa torpeza. 

Se o Brasil vai se classficar ou não? Continuo acreditando que sim. Mas se cair fora, será a hora de esticarmos as mãos, ao invés de pisarmos a cabeça de um moribundo. 

Pílulas de Idéias 

# Caso Marcelinho Carioca: todo mundo que está dentro (e até alguns observadores externos) sabe que o jogador não é flor que se cheire. O episódio da gravação na Igreja freqüentada por ele tem de ser vista por alguns aspectos: 

 # 1º: É ilegal e imoral qualquer gravação às escondidas. Isso não é jornalismo, é investigação de detetive de quinta categoria. 

# 2º: Que Marcelinho nunca se deu bem com Luxemburgo, é inegável. Mas ele deveria ter reagido contra o que dizia o pastor da  Igreja Sara Mãe Terra e não aceitado aquelas barbaridades com tanta apatia. 

# 3º: Marcelinho Carioca sairá do Corinthians. Mas será que ele era o único tumor nas relações interpessoais dentro de Parque São Jorge? 

# Mais uma vez, os clubes estrangeiros relutaram em liberar os jogadores brasileiros para amistosos ou Eliminatórias. Os europeus estão com a razão, pois eles pagam fortunas a seus contratados e são obrigados a passar quatro meses por ano sem eles. Não faz sentido esse sistema de Eliminatórias da América do Sul: demora demais e desgasta a relação entre jogadores e clubes. 

# Joel Santana foi demitido do Vasco pelo capo Eurico Miranda. É bem-feito. Joel sempre foi um cordeiro dos mandos e desmandos do retrógrado dirigente, aceitando ingerências e malmequeres de Romário, que treinava o quanto e quando queria. Agora, medíocre técnico que é, está em busca de emprego. De que adiantou tanta bajulação? 

# Com uma vitória sobre o Atlético Cajazeirense, o Treze de Campina Grande conquistou o bicampeonato paraibano, sua 11ª conquista estadual. Na Paraíba, apenas 20% de todos os campeonatos já disputados foram vencidos por times da capital, João Pessoa. 

# Neste fim-de-semana, começa a infeliz Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos. Nunca me cansarei de protestar contra essa barbárie, essa perversidade que fazem contra os animais. E ainda pagam milhares de dólares para transmitir esse lixo! 

Fala, Internauta! 

# Viviane Mazin me diz para ler Jorge Amado. Cara Viviane, prometo ler, depois comento, ok? Certamente, será um prazer. 

# Agradeço aos leitores pelos emails enviados. Eliana Gonçalves, Milton Neves, Marcos Paulo Ramos, Émerson Polacchine, Fernanda Orlando, Fausto Attala, Giancarlo Conti, Márcio de Castro e Suzana Alves. Assim, caminharemos juntos. 

# Semana passada, homenageei a literatura. Dessa vez, a homenagem fica para outra paixão: o rock. O dia 16 de agosto foi marcado como o 24º aniversário de morte do “pai” dessa música apaixonante: Elvis Presley, que não deixou apenas saudades, mas um legado de ritmo e poesia.

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