Futebol
por Luiz Fernando Bindi
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O medo de perder (o emprego) tira a vontade de ganhar...
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Oi, gente, tudo bem?
No dia 5 de agosto, o
técnico Paulo César Carpeggiani foi demitido do seu cargo no Cruzeiro de Belo
Horizonte. Atá aí, nada demais, bem mesmo porquê uma derrota para o Atlético
Paranaense em casa não é coisa mais comum do mundo.
O triste (e
infelizmente, previsível), é que a demissão aconteceu depois de dois
meses de Carpeggiani estar no comando dos celestes mineiros.
Os jogadores dizem que
ele fala “difícil”, que ninguém o entende. De fato, Carpeggiani precisa
saber que fala com pessoas de nível cultural menos favorecido e precisa
simplificar seu discurso. Não o acho um bom técnico, afinal, ele nunca teve
grande destaque: foi Campeão Mundial pelo Flamengo, num time com Zico, Júnior,
Leandro e outras feras e levou o Paraguai às oitavas-de-finais da Copa de 98.
Fora isso, foi um fracasso em Palmeiras, Atléticos Mineiro e Paranaense e São
Paulo.
O que me assusta é a
justificativa da diretoria em mandá-lo embora. Segundo Alvimar Perrella,
responsável pelo futebol do Cruzeiro, Carpeggiani não conseguiu dar padrão ao
time. Como ele queria padrão em dois jogos?
O Cruzeiro acha que
tem um time maravilhoso. Vejamos quem é craque na Raposa: o lateral-esquerdo
argentino Sorín, o volante Ricardinho e Rincón. Quem me diz que Luisão, Cris,
Oséas e Edmundo são craques? O Cruzeiro tem um bom time, mas no nível de São
Paulo, Corinthians, Grêmio, Vasco ou Flamengo.
Não são dois jogos
que mostram a competência de um técnico, independente dela existir ou não.
Sem querer cair no lugar-comum, precisamos dar tempo ao trabalho dos técnicos.
Quem levantou a bola
foi o amigo Marco Aurélio Klein: o maior motivo das odiosas retrancas que os
nossos técnicos nos impõem são fruto do medo de perder o emprego, graças a
dirigentes que desconhecem futebol.
Que técnico terá
coragem de armar um esquema ofensivo, no qual tanto pode fazer muitos gols como
pode perder feio? Jair Picerni fez isso no São Caetano em 2000. Vi muitos técnicos
menosprezarem o Azulão. Felipão chegou a dizer: “vamos ver o que eles vão
ganhar...”. O que eles vão ganhar? O respeito e admiração de quem ama o
futebol. Era uma delícia ver o São Caetano jogar, lembrava um futebol que não
vemos mais. De fato, não conquistou títulos, mas foi uma alegria.
Infelizmente, nossos
medrosos “super-técnicos” jamais terão coragem de assumir um time
ofensivo. Para quê? Para perder o emprego? Parafraseando Marcos Plonka, antes
um zero a zero no placar que um zero a zero no bolso.
Pílulas de Idéias
#
Pior no caso da demissão de Carpeggiani foi Ivo Wortmann. O técnico assumiu
dezenove (!) horas depois do colega ser demitido. Menos de um dia depois. Que
falta de ética com Carpeggiani e com o Coritiba, que sempre prestigiou Wortmann
e agora levou uma tremenda rasteira.
# O Palmeiras perdeu Alex para o Cruzeiro, mas contratou Pedrinho junto ao
Vasco. Se plenamente recuperado das contusões que vêm assombrando sua
carreira, Pedrinho tem muito a oferecer à equipe palestrina. É um
meia-esquerda de grande qualidade. Pena que o péssimo Celso Roth não abra mão
de seus brucutus e queira improvisá-lo no ataque. Afinal, com Pedrinho no meio,
o time ficaria muito ofensivo...
# Belletti (lateral-direito do São Paulo e da Seleção) deu duas entradas criminosas em jogadores do Gama no jogo entre o seu time e os brasilienses. Numa delas, pisou no zagueiro Jairo e na outra, com uma cotovelada, quebrou o nariz do meia Luiz Fernando Gomes. O lateral, que já quebrou a perna de Cléber (zagueiro do Santos), foi ameaçado por Ronaldo (ex-Corinthians), goleiro do Gama, que afirmou que da próxima vez, “rasgará” o são-paulino “no meio”. Ronaldo foi exagerado, mas eu entendo sua postura: é odioso um colega de profissão ser desleal. Se eu estivesse em campo, teria a mesma reação do goleiro.
#
Com um vitória por 2 a 0 sobre o Rio Branco, o Vasco do Acre venceu o
Campeonato Acreano de 2001. O grande destaque do time é
o atacante Evilásio, com 41 anos e passagem por inúmeros clubes do
Norte do Brasil.
# A surpresa do Campeonato do Mato Grosso do Sul foi o Cassilandense, mas o título
ficou com o Comercial de Campo Grande, que conquistou o bicampeonato e o seu sétimo
campeonato estadual. Como destaques, o lateral Ely Carlos e o ataque formado por
Pedrinho Maradona e Tainha.
# O iatista Robert Scheidt (que foi nosso vizinho, em Interlagos), conquistou o Pentacampeonato Mundial de Iatismo na classe Laser. É o primeiro brasileiro que ganha cinco títulos em algum esporte individual. É um feito histórico. Parabéns, Robert!
Fala,
Internauta!
# Adoro ler. Mas confesso: nunca tive vontade de ler nenhuma obra de Jorge Amado. E ele se foi, gênio como sempre, reverenciado como sempre e absolutamente inesquecível e importante. Como simples homenagem, o escudo do time de coração do escritor, que traduziu tão bem o povo brasileiro: o Ypiranga de Salvador.
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Publicado no Sampa Online ( http://www.sampaonline.com.br )