O paradoxo da arte bidimensional.

O ser humano possui visão estereoscopica. Você vê em três dimensões, e pode discernir altura, largura e profundidade.

Na foto acima, é obvio que os prédios estão lá no fundo, enquanto a fonte fica bem próxima da câmera. É óbvio também que a altura do chafariz é maior que a dos pedestres, e que as árvores estão à esquerda do monumento. Certo?

Mas como você pode saber se os prédios estão lá no fundo, se o que você está vendo é uma imagem bidimensional? Não há fundo! A escultura, os pedestres e os prédios estão exatamente no mesmo plano!

Esse é o principal paradoxo da arte bidimensional (pintura, fotografia, gravura, etc): como representar um mundo que é tridimensional em somente duas dimensões?

Os egípcios, na antiguidade, resolveram esse problema de uma forma simples: efetuavam representações bidimensionais. Observe, na figura abaixo, que não há qualquer sensação de profundidade:

Posteriormente, os artistas descobriram o segredo: enganar o cérebro, o que não é tão complicado já que o cérebro tende a basear-se em experiências anteriores. Empregando certos "truques" visuais é bastante fácil induzir o espectador a pensar que há profundidade na imagem. Observe este quadro de Jacob Van Loo, Diana com suas companheiras:

Está vendo o cachorro à esquerda, lá no fundo ? Neste quadro, assim como em tantos outros dos grandes mestres, a tridimensionalidade é induzida através de "linhas invisíveis" que fazem o cérebro pensar que o cachorro está "lá no fundo". Observe:

Há uma clara sensação, ao observar este quadro, que quanto mais à direita mais "perto" estão os personagens. Isso não passa de uma ilusão; ao estarem todos no mesmo plano, é impossível que exista "frente" e "fundo", "perto" ou "longe".

Durante este curso veremos algumas das técnicas que permitem recriar a ilusão de tridimensionalidade, o que vai tornar suas fotos bem mais interessantes.

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