Sinopse: Em Venenosas, Nocivas e Suspeitas, Giselle Beiguelman conecta plantas proibidas ou historicamente demonizadas, como a beladona, as carnívoras e a cannabis, a mulheres apagadas da história da arte e ciência. A partir de extensa pesquisa, Beiguelman cruza as histórias de figuras como Maria Bandeira, Marianne North e Maria Sybilla Merrian com as dessas plantas, conhecidas por seus usos em rituais, efeitos afrodisíacos, alucinógenos, ou como metáforas dos poderes "malignos" como plantas carnívoras ou fungos, como os cogumelos. A exposição inclui vídeos e retratos fictícios de cientistas mulheres que foram ignoradas por séculos, criados com IA, além de um jardim com plantas estigmatizadas, muitas das quais por sua relação com culturas dos escravizados africanos e dos povos indígenas, e ilustrações que misturam estética botânica e computacional. A mostra também faz uma crítica ao etarismo, explorando como o corpo e a imagem da mulher foram e são historicamente moldados. A curadoria é de Eder Chiodetto. Sobre a artista: Giselle Beiguelman é artista e professora da FAU-USP. É autora de Políticas da imagem: vigilância e resistência na dadosfera (UBU Editora, 2021) e Memória da amnésia: políticas do esquecimento (Edições Sesc, 2019), entre outros. Suas obras artísticas integram acervos de museus no Brasil e no exterior, como ZKM (Alemanha), Jewish Museum Berlin, MAC-USP e Pinacoteca de São Paulo. Em seus projetos recentes investiga a construção do imaginário colonialista das artes e das ciências com recursos de Inteligência Artificial. É coordenadora do Projeto Temático Fapesp Acervos Digitais e Pesquisa: arte, arquitetura, design e tecnologia. Recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. Sobre o curador: Eder Chiodetto (1965, SP) é curador de fotografia independente, publisher da editora de fotolivros Fotô Editorial e diretor do centro de estudos Ateliê Fotô. Foi curador de fotografia do MAM-SP entre 2005 e 2021 e mentor do programa Arte na Fotografia, no canal Arte1. Como curador já realizou mais de 180 exposições no Brasil, Europa, EUA e Japão. Recentemente realizou a curadoria das mostras “Claudia Andujar: Cosmovisão”, no Itaú Cultural e “Água Pantanal Fogo”, no Instituto Tomie Ohtake. É autor dos livros O Lugar do Escritor (Cosac Naify, 2002), Geração 00: A Nova Fotografia Brasileira (Edições Sesc, 2011), Curadoria em Fotografia: da pesquisa à exposição (Ateliê Fotô / Funarte, 2013), Ser Diretor (Ateliê Fotô, 2018), entre outros.
Data: até 20 de Abril; Terças, quartas, quintas, sextas, sábados e domingos, das 10h às 20h.