Sinopse: “A Mulher do Pau Brasil” foi idealizado como “concerto-tese”, ou seja, uma conclusão da residência artística de Adriana Calcanhotto na Universidade de Coimbra, onde esteve nos últimos dois anos entre cursos e apresentações. A imensa repercussão do show gerou uma turnê que começou pela Europa e chegou a diversas cidades brasileiras a partir de agosto. Acompanhada por Bem Gil e Bruno Di Lullo, Adriana elaborou um roteiro com músicas compostas no período em que esteve em terras lusitanas, releituras (a recente “As Caravanas”, de Chico Buarque, por exemplo) e também reencontra clássicos de seu repertório, como “Inverno”, “Vambora” e “Esquadros”. A inédita canção-título abre o show em tom autobiográfico (“Nasceu no sul / Foi para o Rio / E amou como nunca se viu”) e também retoma o nome de um espetáculo do início da carreira de Adriana (“A Mulher do Pau Brasil”), em Porto Alegre nos anos 80. Foi nessa época que começou a ser instigada pelo “Manifesto da Poesia Pau Brasil”, do modernista Oswald de Andrade, e toda a sua influência no movimento tropicalista décadas depois. Tais temas sempre estiveram presentes em sua obra e ressurgiram com intensidade no período em que esteve fora do país. Não à toa que “Vamos Comer Caetano”, composta para o disco “Maritmo” (1998), foi retomada no repertório e sublinha o conceito antropofágico da apresentação, através da ideia de devorar, se apropriar e reinventar a informação que vem de fora. “Costumavam me perguntar se eu já tinha virado portuguesa e eu sempre respondia que não. Nunca me senti tão brasileira como agora”, conta Adriana, que foi nomeada Embaixadora da Língua Portuguesa da Universidade de Coimbra no final de 2015.