Caros senhores,

Venho por meio deste e-mail denunciar e pedir providências com relação aos abusos perpetrados pelo lava rápido Lava Bem Caminhões que se instalou na rua Arari Leite, 261. Os problemas estão enumerados abaixo:

1. Em 8/10/2007, processo SA 4337638, eu já pedia providências à subprefeitura de Vila Maria/Vila Guilherme, pois a grade de proteção que a subprefeitura tinha estendido em volta da parte de baixo do Viaduto Curuçá para protegê-lo de invasões havia sido sumariamente removida. Nada foi feito.

2. Em 30/11/2207, processo SA 4401998, novo pedido de providências. Desta vez, os primeiros sinais de invasão já podiam ser notados: havia material de construção na parte de baixo do viaduto e pedreiros trabalhavam no local. Trabalhavam, ao mesmo tempo, no número 261 da rua Arari Leite, que é terreno próximo ao viaduto. Há rumores de que este terreno do número 261 também foi invadido, ou grilado, para a construção da nova sede do lava rápido Lava Bem Caminhões.

3. Um muro começa a ser construído pelo dono do lava rápido em área pública. Hoje, a parte de baixo do viaduto Curuçá não tem mais calçada e foi transformada em estacionamento particular. É também extensão dos fregueses do lava rápido, que ali estacionam à vontade. Note-se: o lado par do viaduto tem placa de Proibido Parar e Estacionar. A CET também havia pintado uma faixa amarela, marcando as duas pistas com mãos diferentes. Como caminhões param dos dois lados, essas pistas simplesmente desapareceram, sendo afuniladas para uma.

4. Um pequeno canteiro na saída da Av. Bandeirantes do Sul (em pequeno desvio sem nome) foi retirado para facilitar o acesso dos fregueses do lava rápido. Em conseqüência, carros, ônibus e caminhões passaram a vir na contramão à toda, transformando nosso trecho da rua Arari Leite em autêntica avenida. Tem sido um problema para o morador até mesmo tirar o carro da garagem. Nossas casas são sacudidas o tempo todo por causa do aumento do tráfego pesado: até ônibus estão agora desviando para a nossa rua. É uma questão de dias até que um acidente sério aconteça.

4. A frente de minha casa é sinalizada como Proibida para o Estacionamento de Caminhões. Isso não impede os fregueses desse lava rápido de continuar seu avanço e aqui estacionar. Minha casa fica no número 105 e o lava rápido no número 261: todo esse trecho já foi transformado em estacionamento para os fregueses do lava rápido. A polícia, quando chamada, já se negou a multar caminhões parados embaixo dessas placas, com a alegação de que “estão apenas trabalhando”. A CET simplesmente não faz nenhum tipo de patrulhamento. Note-se que a polícia da área também freqüenta o lava rápido e já ouvi de um policial a ameaça velada de tomar “cuidado” com acusações de invasão de terreno, a não ser que eu conheça alguém “lá em cima”.

5. Em conversa com o fiscal da subprefeitura responsável pela área, fiquei sabendo que o fiscal estava a par da tomada do viaduto. Segundo ele, seria do “interesse” dos moradores da região ter o viaduto murado, para que mendigos deixassem o local. Quando perguntado se também seria do “interesse” dos moradores serem privados de calçada e terem cadeiras e mesas tomando o que havia restado do espaço, além de caminhões, o tal fiscal desconversou.

6. Liguei diretamente para a prefeitura, no Viaduto do Chá, para pedir providências (com a subprefeitura de Vila Maria/Vila Guilherme não podemos contar). Ali consegui um e-mail: SGM - Assuntos Metropolitanos. Escrevi um e-mail para esse endereço, contando o que estava acontecendo. Somente depois disso é que a subprefeitura embargou a obra no viaduto.

7. O viaduto foi largado do jeito que está, com o muro ainda sendo levantado, sem calçada etc. Materiais de construção foram deixados ali e depois retirados – há um monte de areia abandonado na calçada do posto da Nova Dutra (entrada para a rua Carmópolis de Minas). Ou seja: a parte de baixo do Viaduto Curuçá foi totalmente destruída. Quem é que pagará por esse prejuízo? Nós, contribuintes? Há *meses* vivemos nessa situação.

8. É impossível para o morador da área passar por esse local. Temos de andar pela rua. Isso não se refere apenas à parte de baixo do viaduto, como também à calçada do número 261, onde funciona o lava rápido: toda a calçada foi rebaixada e caminhões e ônibus são lavados na calçada. Qualquer pessoa que passe pelo local está sujeita a ser atingida (e ferida seriamente) por jatos d´água potentes.

9. A poluição sonora produzida pelo lava rápido (caixas de som dispostas na porta ligadas no máximo volume para atrair fregueses, jatos de água a qualquer momento do dia ou da noite) só é mesmo superada pelos próprios fregueses do lava rápido: a qualquer hora temos de conviver com o barulho dos alarmes de ré de ônibus e caminhões manobrando, e de motores ligados. Note-se que o lava rápido funciona 24 hs por dia, 7 dias por semana, inclusive durante feriados. No dia 1 de janeiro, feriado mundial, trabalharam e infernizaram a vizinhança. Tenho acordado de madrugada por causa do barulho desses apitos de ré. Estamos todos com os nervos em frangalhos e o sentimento de traição e frustração é ainda maior quando certos detalhes sórdidos (como o absurdo da conivência de autoridades) começaram a vir à tona.

O que precisa ser feito: investigar o que realmente está acontecendo e ordenar o fechamento imediato, com lacre se necessário, desse lava rápido. E processar o dono por invasão. A invasão do viaduto é inegável e já foi até mesmo reconhecida pela subprefeitura de Vila Maria/Vila Guilherme. É também necessário investigar se o terreno do número 261 da rua Arari Leite também foi invadido. É preciso levantar o histórico do dono desse lava rápido: o "Lava Bem Caminhões" funcionava na rua Nilton Coelho de Andrade, 1360, de acordo com rumores, em terreno invadido. Após briga de anos na justiça, o dono do lava rápido teria então se transferido para a rua Arari Leite, apossando-se do terreno de número 261 e da parte de baixo do viaduto Curuçá, contando com as “vistas grossas” de nossas “autoridades competentes” e com a lentidão da justiça para aqui permanecer. Creio que esse cidadão conta ficar na área por anos, enchendo os bolsos à custa do patrimônio e da saúde dos demais moradores feito uma sanguessuga – o que vai de fato acontecer se o caso ficar só aos cuidados da subprefeitura de Vila Maria/Vila Guilherme. Tenho fotos na Internet desse absurdo. É so acessar: http://www.fotothing.com/pobrecidadao

M.L.M.C.