Projeto Corredor Cultural da Berrini entrega à comunidade a praça João Duran Alonso
Dezembro 10, 2002

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Foi inaugurada hoje ao meio dia a praça João Duran Alonso, que fica na Av. Eng Luis Carlos Berrini, entre as ruas Quintana e Taperoã. A reforma, patrocinada pelo Banco WestLB do Brasil e pela Josil Empreendimentos Imobiliários, foi projetada pela Associação Amigos da Berrini -integrada por Marcelo Bratke, Amélia Bratke e Mariannita Luzatti- como parte do Projeto Corredor Cultural, que prevê a reurbanização de todas praças da região.

Marcelo Bratke, presidente da Associação, disse no seu discurso que "a Berrini é uma região cheio de espaços verdes, espaços públicos que não estavam sendo usados, estavam praticamente inutilizados, desconhecidos pela população". Para reverter esta situação nasceu o projeto, que prevê a instalação, em cada uma das praças, de "uma escultura pública de dimensão monumental", para que a população possa "acompanhar um pouco a contemporaneidade das esculturas". (NR: clique na foto à direita para amplia-la).

Reurbanizar a praça, "praticamente um terreno com árvores e um pouco de grama misturada com mato", não foi fácil, segundo Bratke: "as companhias às vezes não percebem que lucro não é imediato; o lucro desse projeto é um lucro de qualidade de vida, é um lucro humanista, é um lucro de uso adequado da cidade onde a gente pode ver todas as camadas da sociedade convivendo juntas no mesmo espaço público". Mas, segundo Bratke, a associação teve a "sorte de encontrar a empreendedora Josil e o Banco WestLB, que imediatamente ficaram sensibilizados em promover essa reurbanização". Para Patricia Bombonato Carvalho, responsável pela área de Comunicação e Marketing Corporativo do WestLB do Brasil, "a iniciativa beneficiará não apenas os executivos da região, mas toda a comunidade. Assim como o banco, que apóia o projeto, outras empresas da região estão se mobilizando para recuperar e valorizar a área", concluiu Patrícia.

No projeto foram utilizados 1.200 metros aproximadamente de mosaico português, 700 m2 de gramado, foram plantadas 80 mudas de azaléia, 120 mudas de caracazanas, instalados 04 bancos, equipamentos urbanos, lixeiras, rampas para cadeiras de rodas, reformada a banca de jornal, assim como instalada uma escultura da artista plástica Sandra Tucci. 

A obra, "O Grande Ouriço", que pesa uma tonelada, é a primeira escultura pública de Sandra Tucci, uma artista plástica formada em 1989 na FAAP, que atualmente cursa pós-graduação na ECA: " é um prazer emocionante ter uma escultura na maior cidade da América do Sul", afirmou Sandra, que apesar de ser " bem mais humilde" em relação ao seu trabalho desta vez não escondia seu orgulho. "Não é a mesma coisa de expor em um museu ou em uma galeria; aqui você está falando com pessoas que passam na rua, com os operários, com as pessoas dos ônibus. É uma obra que pertence à cidade. Quando a gente não estiver mais aqui, ela vai estar, e isso é muito interessante", afirmou. A criação da obra levou aproximadamente 45 dias, sendo necessários dois dias para sua montagem no local.

O tema é uma configuração plástica já trabalhada por Sandra durante muito tempo em vários tamanhos, materiais e proporções: " Eu gosto desse movimento de explosão, do que não se pode conter, que quer sair voando tipo fogos de artifícios ou o movimento do próprio ouriço do mar, que rola". Desta vez ela usou aço "corten", o mesmo utilizado para construir navios. A cor da escultura é típica da oxidação do material, e é precisamente essa película de ferrugem que protege a obra da oxidação. Com o passar do tempo "ela vai ficar cada dia mais cor de laranja e cada vez mais protegida". Nada garante, entretanto, proteção contra os vândalos: no dia seguinte à montagem, a obra foi pichada, mas " a gente limpou e retocou", disse Sandra. Deste então, e até sua inauguração, ficou coberta por um plástico preto.

A professora Beatriz Pardi, subprefeita de Pinheiros, representando a Prefeita, Marta Suplicy, comentou: "Uma vez, já como Sub Prefeita, alguém me perguntou se eu não me sentia constrangida em fazer parcerias. A final de contas isso é de responsabilidades do poder público. Eu respondi que não só não sinto constrangimento como sinto orgulho. Nesta região, além de um maior poder aquisitivo, há também um sentido  de cidadania enorme que a gente está descobrindo dessas parcerias". Segundo D. Beatriz, quem contribui não o faz para valorizar seu próprio espaço; contribui "por que tem amor à cidade, por que gosta de ver coisas bonitas, por que uma praça pública é de todos, valoriza o espaço mas todos usufruem, todos vão ter a oportunidade de poder sentar nesses bancos lerem um jornal, Imaginem quando as azaléias já tiverem floridas que espetáculo lindo que a gente vai ter?"

A inauguração finalizou com uma apresentação dos alunos da Associação Comunitária Despertar, do Jardim Miriam, uma entidade mantida por Malú Vilela 

Em sentido horário: Sandra Tucci, com Marcelo Bratke, autoridades e patrocinadores; os meninos da Associação Comunitária Despertar, e Sandra Tucci com sua obra. Clique em qualquer uma das fotos para amplia-la.

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Clique para assistir o vídeo da instalação da esculra (requer player do formato MPG)

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