Avenida Santo Amaro terá duas novas pistas no trecho da Parada dos Eucaliptos.
Quem ganha são os 700 mil usuários do corredor
Abril 11, 2002
por Glaucia Noguera
O programa de recuperação do Corredor Nove de Julho, implantado pela Prefeitura de São Paulo, chegou à Parada do Eucaliptos. Desde o mês de março, máquinas e funcionários executam as obras de alargamento deste ponto da Avenida Santo Amaro. "Quando tudo estiver terminado, o corredor dos ônibus terá mais duas pistas: uma no sentido bairro-centro e outra no sentido contrário", contou o engenheiro Luís Horta, responsável pelas obras que devem ser concluídas no início do segundo semestre.
A reforma é uma antiga reivindicação da CET e da SPTrans para desafogar o trânsito da região no trecho entre as Avenidas dos Bandeirantes e Juscelino Kubitcheck e beneficiará 700 mil passageiros que utilizam o corredor diariamente. Nos relatórios das duas entidades, a Parada dos Eucaliptos aparece como um ponto crítico no corredor, já que não oferece ponto de ultrapassagem. Devido à pista única para cada sentido, enquanto um ônibus espera o embarque ou desembarque de passageiros, os outros que vem atrás também são forçados a parar, independentemente da necessidade. "Neste ponto, a velocidade média dos ônibus chega a 7km/h quando no restando do trajeto ela é de 16km/h. A Parada dos Eucaliptos era o único ponto do corredor inteiro que apresentava este problema", disse o chefe da assessoria técnica da Secretaria de Transportes, Eng. Pedro
Nagao.
Os corredores de ônibus foram inaugurados em 1987 com uma série de pendências, que foram sendo resolvidas aos poucos. A questão da Parada dos Eucaliptos é uma delas. Além de pontos de congestionamento, o local registra o maior índice de acidentes automobilísticos e atropelamentos do corredor. Isso porque as calhas viárias e calçadas são mais estreitas do que o normal. "Tudo lá é muito apertado e essa reforma dará maior segurança aos pedestres e aos motoristas", acredita o Engenheiro da CET, Luís
Rinaldi.
Apesar de todas as vantagens apresentadas pelas entidades responsáveis pelo trânsito e o transporte, a permissão para a execução das obras não foi tão facilmente conseguida, tendo a prefeitura de enfrentar a resistência dos moradores das proximidades. A responsável pela queda-de-braço é a praça, localizada em frente a Parada, que perderá um pouco de sua extensão para permitir a construção das novas pistas. Esta área de lazer é pública, mas mantida pela Associação dos Condôminos da Quadra dos Príncipes, entidade que, a principio, não viu com bons olhos o fato de ter de ceder 12 dos 58 metros do local. "Apoiamos a Associação e estivemos duas vezes na Secretaria Municipal dos Transportes para tentar impedir as obras. Foi uma briga de foice, mas no final eles nos convenceram de que a reforma trará benefícios para um número bem maior de usuários do ônibus do que para os da praça", contou a presidente da Associação de Moradores e Amigos de Moema, dona Lygia Horta.
O acordo só foi possível pelas promessas da prefeitura com relação ao futuro desta área de lazer. O projeto prevê a remodelação da praça, com a construção de banheiros públicos para deficientes físicos, instalação de bebedouros e plano paisagístico. "As condições serão muito melhores depois que essas modificações forem feitas. Hoje, a praça ocupa uma área grande, mas é praticamente toda de concreto. Isso faz com que o espaço seja muito quente nos dias de calor", explicou o Eng.
Nagao. Segundo ele, o projeto prevê o aumento da arborização e das áreas permeáveis para retenção das águas das chuvas e para oferecer sombra. O mobiliário público também será trocado.
Parceria - Para recuperar a pavimentação e requalificar os 18 km do corredor de ônibus, a Prefeitura firmou parceria com o Grupo Telefônica para completar os recursos financeiros necessários. O custo da obra está estimado em R$ 1.400.000.
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