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O poeta Celso de Alencar autografa seu novo livro na Praça Benedito Calixto
Novembro 26, 2014

O Autor na Praça recebe no próximo sábado, dia 29 de novembro, às 15h, no Espaço Plínio Marcos da Praça Benedito Calixo, o poeta Celso de Alencar. Será uma tarde de autógrafos de seu novo livro "O Coração dos Outros". Haverá leitura com o poeta e convidados. Contaremos com a participação do cartunista Junior Lopes.

Sobre o poeta Celso de Alencar
Nasceu dia 3 de agosto de 1949, na cidade de Fortaleza, estado do Ceará. Quando tinha cinco anos de idade, seus pais migraram para o estado do Pará, e lá viveu nas cidades de Abaetetuba (durante a infância) e Belém (a adolescência, até os vinte e dois anos). Reside na cidade de São Paulo desde 1972. É reconhecido entre os grandes talentos da Geração 70. É tradutor da poesia do nicaraguense Rubén Darío e intérprete da poesia de Mao Tse Tung. É autor de Tentações (1979), Salve Salve (1981), Arco Vermelho (1983, 1985 e 1992) Os Reis de Abaeté (1985), O Pastor (1994, infanto-juvenil), O Primeiro Inferno e Outros Poemas (1994 e 2001), Sete (2002), A Outra Metade do Coração (CD antologia poética), Testamentos (2003), Livro Obsceno (2008). Participou de diversas antologias entre as quais, as mais recentes, Fui Eu (1998, São Paulo), Poesia Contemporânea Brasileira (2001, Portugal, Ed. Alma Azul), Poesia do Grão-Pará (2001, Governo do Estado do Pará), Scéne Poétique (2003, dez poetas franceses e dez poetas brasileiros, edição Consulado da França em São Paulo e Cena-Centro de Encontro das Artes), Quando Freud Não Explica Tente a Poesia (2007, São Paulo), Poemas Que Latem ao Coração (2009) e Poemas Perversos (2011). Depoimentos sobre o poeta:

Serviço

O Autor na Praça & Pantemporâneo apresentam o poeta Celso de Alencar,
Espaço Plínio Marcos – Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto – Pinheiros
Dia 29 de novembro, sábado, 15h. - Informações: Edson Lima – 3739 0208 / 95030 5577

"HOJE NÃO HÁ MORTOS"

Hoje não há mortos.
As portas do velório estão fechadas.
Na calçada estão murchas as violetas.
O prédio todo se encontra às escuras e um
bem pequeno grupo de morcegos sai para os voos noturnos.
Sobre o telhado grasnam os pássaros de penas cinzas, amarelas e pretas.
Hoje o velório está triste.
Não há nenhum movimento, exceto o dos pequenos insetos nos banheiros
e o das árvores que jogam suas folhas delicadas no jardim.
Lá fora há um funcionário da guarda municipal sentado
numa cadeira de braços escutando o noticiário no radinho.
As lagartixas correm pelas vidraças.
Hoje o velório está triste.
Não há mortos.
Às vezes é assim.
Não há mortos.

"AH! OS TOLOS."

Assustam-me os tolos.
São tolos porque simplesmente são tolos.
Beiram à ingenuidade.
Não sabem de si mesmos.
Não tem amor próprio.
Não se amam porque não sabem como devem se amar.
São conduzidos sem dificuldades como um rebanho de ovelhas ou vacas.
Destacam-se os tolos nas reuniões das grandes comemorações
São reconhecidos e apontados porque se declaram com suas falas,
com seus discursos, com seus passos.
Os tolos não sabem que são tolos.